Para reforçar a necessidade de mudar as
regras de concessão de aposentadorias, a Secretaria de Previdência divulgou
estudo mostrando que das 7,7 milhões de pessoas com 60 anos ou mais ocupadas no
país, 4,2 milhões eram aposentadas em 2015. Ou seja, 54,5% do total de idosos
se aposentaram, mas continuaram trabalhando. Essa seria a prova de que é
preciso ter uma idade mínima para a aposentadoria.
Segundo o coordenador-geral de Estudos
Previdenciários, Emanuel de Araújo Dantas, o número de aposentados que
continuam trabalhando é elevado porque a idade mínima média de aposentadoria no
país é de 55 anos, mesmo diante do fato de os brasileiros estarem vivendo cada
vez mais.
Em 1980, uma pessoa que completasse 60 anos
vivia, em média, mais 15,2 anos. Em 2015, subiu para 18,5 anos e em 2060,
conforme estimativa, serão mais 25,2 anos. A expectativa de sobrevida aos 65
anos seguiu a mesma tendência. Em 1980, uma pessoa com 65 anos vivia, em média,
mais 12 anos. Esse número saltou para 18,4 anos em 2015 e chegará a 21,2 anos
em 2060. "Queremos mostrar que o fator previdenciário não foi impeditivo
para que as pessoas se aposentassem mais jovens. Elas se aposentaram cedo e
continuam no mercado de trabalho. Queremos mostrar que existe uma grande quantidade
de pessoas que estão ocupadas acima de 60 anos de idade", disse Dantas. As
aposentadorias precoces, num cenário em que a taxa de fecundidade do brasileiro
caiu consideravelmente, têm impacto direto no aumento do déficit da Previdência
Social. No acumulado de janeiro a setembro, o "rombo" somou R$
141,409 bilhões. Uma das principais mudanças previstas na reforma da
Previdência é a fixação de uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos para
homens e 62 anos mulheres.
Valor