Para tornar trabalho presencial mais atraente,
empresas dos EUA abrem escritório onde funcionários moram.
Após a pandemia,
trabalhadores passaram a valorizar tempo antes gasto no transporte.
Antes da pandemia, o trajeto de Maz Karimian até a zona
sul de Manhattan era como o de muitos nova-iorquinos: uma viagem geralmente
sofrida de 30 minutos em duas linhas de metrô que geralmente estavam lotadas ou
atrasadas.
Em comparação,
quando ele voltou ao escritório na semana passada, pela primeira vez desde que
o coronavírus começou a invadir a cidade, seu trajeto pareceu tranquilo: um
passeio de bicicleta de cerca de 10 minutos, de sua casa em Carroll Gardens até
o escritório realocado de sua empresa em Dumbo.
"Eu amo o
metrô e acho que é um ótimo sistema de transporte, mas sinceramente, se eu
puder respirar ar fresco em vez do ar compartilhado e fechado, escolherei o
primeiro sempre", disse Karimian, diretor de estratégia da ustwo, um
estúdio de design digital.
Mais de 26 meses
depois que a pandemia provocou um êxodo em massa dos prédios de escritórios da
cidade de Nova York, e depois que muitas empresas anunciaram e arquivaram os
planos de retorno ao escritório, os funcionários finalmente estão começando a
voltar para suas mesas.
Mas o trabalho remoto reformulou
fundamentalmente a maneira como as pessoas trabalham e diminuiu o predomínio do
local de trabalho corporativo.
As empresas se adaptaram.
Os diretores
adotaram acordos de trabalho flexíveis, permitindo que os funcionários decidam
quando querem trabalhar pessoalmente.
E algumas estão
adotando medidas mais drásticas para tornar interessante o retorno ao trabalho:
realocar seus escritórios mais perto de onde seus funcionários moram.
Na cidade
de Nova York, as medidas refletem um esforço das organizações para reduzir uma
grande barreira para ir ao trabalho —o deslocamento— assim que começam a ligar
de volta para seus funcionários.
Apenas 8% dos
funcionários de escritório de Manhattan estiveram presentes em pessoa cinco
dias por semana, do final de abril ao início de maio, segundo pesquisa da
Partnership for New York City, um grupo empresarial.
A mudança radical no uso de edifícios de
escritórios tem sido uma das situações mais desafiadoras em décadas para o
setor imobiliário de Nova York, e derrubou o vasto estoque de escritórios em
Manhattan, que abriga os dois maiores bairros comerciais dos Estados Unidos, o
Financial District e Midtown.
FINANCIAL TIMES