Ao que tudo indica, o ciclo de distensão monetária conduzido pelo
Banco Central veio para ficar. Na quarta-feira 12 de abril, o Comitê de
Política Monetária (Copom) anunciou a quinta queda seguida da taxa Selic, para
11,25%, após corte de 1 ponto percentual. As mais importantes consultorias
financeiras do país apostam que os juros continuarão caindo pelo menos até o
fim do ano – a expectativa é que a taxa básica feche 2017 entre 8% e 9%. Esse
movimento, que visa à recuperação da atividade econômica em um cenário de
inflação declinante, exige senso de oportunidade dos fundos de pensão.
A percepção clara dos rumos da
economia tem sido uma das características dos gestores de investimentos da
OABPrev-SP. Reunido no último dia 23 de março, o Comitê de Investimentos do
fundo de previdência da advocacia fechou questão quanto a mudanças pontuais nas
alocações dos recursos da instituição, as quais, contudo, não alteram a linha
mestra da sua política de investimento, que obedece ao trinômio
segurança-rentabilidade-liquidez.
“São alterações dentro da margem de discricionariedade
da política de investimentos. Trata-se de um ajuste, um realinhamento”, afirma
o diretor financeiro da OABPrev-SP, Marco Antonio Cavezzale Curia.
“Com o processo de queda relevante da taxa Selic, os
retornos do CDI serão reduzidos, o que levou o Comitê a adotar uma postura mais
proativa na execução das alocações do fundo”, explica Dan Kawa, chefe da Área
de Multimercados da Icatu Vanguarda, uma das empresas parcerias que gerem os
recursos da OABPrev-SP. “Decidiu-se elevar a alocação em Fundos Multimercados
Macro, que buscam retornos acima do CDI, com volatilidade moderada e com
consistência”, salienta.
Segundo Kawa, a OABPrev-SP tem se favorecido do
fechamento das taxas de juros reais mediante alocações em fundos que buscam
seguir o IMA-B, índice de taxas de juros reais da economia, “além do bom
desempenho no mercado de renda variável e nos fundos de crédito privado”.
“Estamos sempre atentos a oportunidades, sem perder de
vista a consistência dos retornos e a preservação de capital”, frisa o gestor
da Icatu.
De acordo com Nathan Batista, executivo da Aditus,
consultoria financeira parceira da OABPrev-SP, a alocação em fundos
multimercados institucionais, outra medida indicada pelo Comitê, chegará a
cerca de 9% do seu patrimônio. Esses fundos, destaca, “atendem às vedações
previstas na Resolução 3.792 do Conselho Monetário Nacional, que estabelece os
parâmetros de aplicações das entidades fechadas de previdência complementar”.
“Num contexto de juros em queda, esses movimentos permitem que a
OABPrev-SP se desindexe do CDI, numa procura de retorno em outras classes de
ativos”, avalia Batista.
O Comitê de Investimentos é um órgão assessor da
Diretoria Executiva da OABPrev-SP. De caráter consultivo, é composto pelo
presidente da entidade, Luís Ricardo Marcondes Martins, pelo diretor
financeiro, Marco Antonio Cavezzale Curia, por um membro do Conselho Fiscal,
atualmente a conselheira Fabiana Nunes, pelo gerente executivo Armando Sápiras
e por um representante da consultoria financeira, no caso, a Aditus.
O fundo de previdência da advocacia apresentou
rentabilidade de 14,23% em 2016, percentual bem acima do IPCA aferido no
período, de 6,29%. Quem pensou no futuro pondo recursos na OABPrev-SP também
saiu-se melhor do que aqueles que utilizaram a tradicional Poupança, que rendeu
apenas 8,3% no ano passado. O patrimônio da OABPrev-SP já se aproxima dos R$
600 milhões.
OABPrev-SP