STF tem reviravolta, derruba revisão da vida toda e
poupa União de gastar R$ 480 bi
Ministros
invalidam decisão tomada há pouco mais de um ano; AGU diz que medida 'garante
integridade das contas públicas'
Os ministros
do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubaram
a revisão da vida toda do INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) pouco mais de um ano depois de aprovar a tese. A reviravolta é uma
derrota para segurados.
A decisão, por
outro lado, pode representar um alívio nas contas do governo federal. Segundo o
anexo de riscos fiscais do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de
2024, o impacto era estimado em R$ 480 bilhões.
Por sete votos a
quatro, a tese aprovada pela corte em 2022 foi
derrubada. A revisão permitia incluir salários antigos, pagos em outras moedas,
no cálculo de benefícios e, assim, aumentar o valor de aposentadorias.
O INSS afirmou que
não se manifestaria. Em nota, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse
que a decisão "garante a integridade das contas públicas e o equilíbrio
financeiro da Previdência Social".
O posicionamento dos ministros foi tomado ao
analisar duas ações de 1999 que tratavam da constitucionalidade de pontos da
reforma da Previdência do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
As mudanças na
legislação trouxeram nova fórmula de cálculo dos benefícios e criaram o fator
previdenciário.
As ADIs (ações
diretas de inconstitucionalidade) 2.110 e 2.111 foram incluídas na pauta do STF
pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso, na sessão que discutira o
recurso da União contra a revisão da vida toda.
O julgamento dos
chamados embargos de declaração contra a correção estava pautado para a tarde
desta quinta, mas não chegou a ocorrer.
Ao declarar que a reforma de 1999 é
constitucional, 7 dos 11 ministros entenderam que não cabe mais a tese da
revisão da vida toda.
FOLHA DE SÃO PAULO