INFLAÇÃO


Mexer na meta de inflação de 3% agora seria suicida, diz Arminio Fraga

Ex-presidente do BC defende que esse alvo se torne um objetivo permanente da autoridade monetária.

O economista Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, vê uma eventual mudança nas metas de inflação na próxima reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), na quinta-feira (29), como "catastrófica" e defende que o alvo de 3% se torne um objetivo permanente a ser perseguido pela autoridade monetária em um horizonte aberto.

"O Brasil ainda estar caminhando em direção à meta, apesar de ser com um certo sacrifício, é bastante impressionante e não deve ser desperdiçado. 

Já que se fez esse esforço, ao meu ver correto, mexer na meta agora seria suicida", afirmou à Folha.

Ele diz que os ganhos com a substituição do ano-calendário (modelo atual, em que a verificação sobre o cumprimento ou não da meta de inflação é feita ao fim de dezembro) por uma meta contínua (com um prazo móvel, desvinculada do ano fechado) seriam modestos, significando apenas um alinhamento à condução de política monetária já feita atualmente pelo BC.

Arminio avalia que não seria uma grande perda extinguir a carta aberta que precisa ser apresentada pelo presidente do BC quando a inflação encerra o ano fora do intervalo determinado. Na visão do economista, a autoridade monetária já presta conta de sua atuação diversas vezes ao longo do ano.





FOLHA DE SÃO PAULO
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