Países
da AL aprovam saques na previdência privada e discutem o futuro.
A crise econômica causada pela pandemia já está
pressionando sistemas de aposentadoria na América Latina. Chile e Peru
permitiram saques de contas individuais junto à previdência privada, medida que
trouxe de volta a discussão sobre a reforma da Previdência.
No México, o
governo anunciou projeto de reforma do sistema para elevar a contribuição das
empresas.
No
Chile, o Congresso aprovou no fim de junho mudança constitucional para permitir
os saques, algo inédito no sistema de capitalização chileno até então.
Com a
lei, os chilenos poderão sacar até 10% dos recursos guardados nas
Administradoras dos Fundos de Pensão (AFPs, privadas), que gerenciam US$ 200
bilhões.
O
valor máximo a ser retirado é de 4,3 milhões de pesos chilenos (cerca de US$
5.600) e o mínimo, de 1 milhão de pesos (cerca de US$ 1.300).
Quem possui menos
do que o mínimo em suas contas poderá retirar 100% do total.
Segundo estimativa
do Ministério da Fazenda chileno, 27% retirarão todo o saldo.
Por isso, afirmou
o ministro da Fazenda, Ignacio Briones, os saques podem chegar a 44% do total
administrado pelas AFPs.
E
esse pode ser o primeiro passo para uma discussão muito mais ampla sobre como
mudar o sistema.
Debate-se
ainda se metade da nova contribuição patronal vai ou não para um fundo
administrado pelo Estado, destinado a financiar aposentadoria dos mais pobres.
O
Peru aprovou a retirada de 25% das contas de aposentadorias administradas por
AFPs.
Assim como no Chile, quem tiver um saldo inferior ao mínimo de 2.000
sóis (cerca de US$ 570) na conta, poderá sacar o valor total.
Esses saques
podem representar 49% dos US$ 52 bilhões que estão no Sistema Privado de
Aposentadorias do país.
VALOR ECONÔMICO