A FUNCEF recebeu o encontro da Amec
(Associação de Investidores no Mercado de Capitais) com os fundos de pensão de
Brasília na quarta-feira (30/5). O principal ponto do evento foi uma
apresentação do Código Amec de Princípios e Deveres dos Investidores Institucionais
(Stewardship), que tem a Fundação entre seus signatários.
Em fase de
implementação na FUNCEF, o código reúne um conjunto de princípios e
recomendações de governança para investidores institucionais como a FUNCEF – os
stewards, no jargão de mercado –, responsáveis por administrar recursos de
terceiros.
Ainda sem
equivalente em português, o termo stewardship resume o conceito de dever
fiduciário: a obrigação assumida por esses investidores em atuar no melhor
interesse de seus clientes/investidores.
“A adesão ao
código AMEC mostra os aprimoramentos de governança que a Fundação está buscando
como um todo e em especial no caso dos investimentos”, afirmou o presidente da
FUNCEF, Carlos Vieira.
Isso implica
em aperfeiçoar o monitoramento de empresas investidas, exercer o direito de
voto nas assembleias de acionistas e identificar potenciais conflitos de
interesse, entre outros aspectos.
“O processo de
gestão dos fundos de pensão deve ser sempre melhorado com estas camadas de
segurança”, afirmou o diretor superintendente substituto da Previc, Fabio
Coelho. Ele ainda manifestou apoio incondicional do órgão regulador a
iniciativos como o Código Stewardship.
Melhores práticas
Em sua
apresentação, o presidente da Amec, Mauro Cunha, lembrou que o Stewardship é
uma tendência global já adotada por 19 países. Para a associação, ao aderir às
melhores práticas internacionais, os grandes investidores não apenas irão
valorizar os ativos investidos como terão um impacto positivo na cultura no
mercado brasileiro de capitais.
“Queremos
estimular um diálogo entre investidores e companhias, não queremos criar novas
incumbências. Os fundos de pensão já estão bastante sobrecarregados de
regulamentação”, disse Cunha. “Não determinamos no código a publicação de
nenhuma política nova, são apenas políticas já existentes. O que propomos é uma
reflexão sobre o texto dessas políticas” completou.
O presidente
da Amec ressaltou que o código não é um check-list, mas uma cultura que
estimula o senso de propriedade entre os investidores institucionais e o
engajamento responsável nas empresas investidas.
“O Stewardship
é uma bússola, não uma prescrição. Essa cultura só vai se desenvolver no país
quando os fundos de pensão se envolverem e a promoverem”.
Segundo
números da Abrapp de 2017, os fundos de pensão têm R$ 808 bilhões sob sua
gestão, o equivalente a 12,7% do PIB.
Cunha ainda
afirmou que a exposição à renda variável não é a única justificativa para o
setor pensar em stewardship. A boa governança, observou ele, traz impacto positivo
na solvência de empresas investidas.
Ao final do
evento, ele se reuniu com o Grupo de Trabalho Amec, responsável pelo processo
de implantação do código na Fundação.
Funcef