Os fundos de
pensão terão de aumentar em até quatro vezes a parcela de investimentos com
maior risco para se manterem dentro das metas atuariais. A afirmação é de Jorge
Simino, diretor de investimentos da Funcesp.
Com os títulos
públicos pagando hoje ao redor de 4% ao ano além da inflação, os fundos
precisarão deter até 20% do patrimônio em uma cesta de ativos como ações, títulos
privados e aplicações no exterior, continua Simino.
O aumento da
participação dos fundos de pensão em ativos de risco esbarra em outros
problemas, como o tamanho do mercado brasileiro. "Existem 110 papéis pra
comprar hoje", afirmou, em uma referência à quantidade de empresas
listadas na B3 que possuem liquidez.
Nesse cenário,
será inevitável para as fundações investir uma parcela dos recursos no
exterior, segundo Simino. As regras permitem aos fundos de pensão aplicarem no
exterior há uma década, mas só recentemente alguns entraves que dificultavam a
alocação foram retirados. Nesse meio tempo, os fundos perderam o maior
ciclo de alta dos mercados internacionais. "É como se tivéssemos chegado
em uma festa às 4h30 da manhã", lembra o diretor da Funcesp.
ANCEP