Ipea projeta inflação acima do teto em 2021.
Órgão
estima que indicador atinja 5,3%, ante 4,6%.
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
passou a estimar a inflação neste ano em 5,3%, de 4,6%
antes, ligeiramente acima do teto da meta do Banco Central.
O centro da meta para a alta do IPCA em 2021 é de
3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para
menos.
Segundo o instituto, apesar da expectativa de uma inflação menor
nos próximos meses, por conta de um efeito estatístico, o aumento dos preços no
começo deste ano ficou acima das expectativas, forçando uma revisão na projeção
para 2021.
"Em que pese a expectativa de que, no segundo semestre,
verifique-se um recuo significativo nas taxas de variação acumuladas em 12
meses, até por conta da mudança da base de comparação, o desempenho recente
pior que o esperado anteriormente motivou a elevação da projeção para o IPCA em
2021", explicou o órgão em relatório de conjuntura divulgado nesta
segunda-feira (24).
A estimativa
do Ipea é de que as commodities —responsáveis em parte pela pressão inflacionária nos
últimos meses—e o câmbio não devem subir a níveis significativamente acima dos
atuais nos meses seguintes. A pressão maior virá dos preços monitorados pelo
governo.
De acordo com o instituto, no primeiro
quadrimestre de 2021 os monitorados subiram 4,7%, impactados sobretudo pela
alta de 21,2% da gasolina.
Com isso, o Ipea revisou a projeção para a inflação
de monitorados em 2 pontos percentuais, de 6,4% para 8,4%.
O instituto prevê, ainda, impactos inflacionários
de reajustes nas tarifas de transporte público e uma alta mais expressiva da
energia elétrica diante do maior uso de energia térmica para preservar os
níveis dos reservatórios das hidroelétricas.
FOLHA DE SÃO PAULO