O que está em jogo na revisão
bilionária do FGTS no Supremo.
Ação
pede que correção atual do fundo seja considerada inconstitucional.
A
revisão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço) pode alterar a correção aplicada ao dinheiro dos trabalhadores em
contas vinculadas ao fundo administradas pela Caixa Econômica Federal.
O
caso está em debate no STF (Supremo Tribunal Federal), e não há certeza sobre
quando sairá uma decisão final sobre ele.
Por
se tratar de uma ação bilionária —calculada em gastos de R$ 660 bilhões aos
cofres públicos— o tema tem sido tratado com cautela por ministros da corte,
governo federal e centrais sindicais.
O
FGTS tem correção de 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial), que tem rendimento
próximo de zero.
O
pedido na ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 5.090 é para que é a TR
seja considerada inconstitucional e em seu lugar seja definido um índice
de inflação, que pode ser IPCA-E (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo - Especial) ou INPC (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor).
As centrais querem adiamento da decisão para
tentar chegar a um acordo com o governo e receber os atrasados da ação.
Isso
porque o voto do ministro Luís Roberto Barroso, relator, é favorável
a pagar ao FGTS ao menos o rendimento da poupança, hoje
em 6,17% ao ano mais TR, mas sem que esse novo índice seja aplicado de forma
retroativa.
O QUE PODE ACONTECER NA REVISÃO DO FGTS?
O
caso poderá ser julgado e chegar ao final, com vitória ou derrota para os
trabalhadores.
Até agora, há dois votos pela mudança na correção, de Barroso e
do ministro André Mendonça, mas não houve declaração de
que a TR é inconstitucional.
O
julgamento parou após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, que devolveu o processo
há cerca de dois meses.
A decisão foi adiada em outubro e poderá ser adiada
novamente.
Também há a possibilidade de que algum ministro peça nova vista,
para analisar melhor, e o caso fica parado até devolução.
FOLHA DE SÃO PAULO