ELETROBRAS


Com privatização, Eletrobras pode mirar América Latina, diz presidente

 Entregue em novembro ao Congresso, Ferreira Junior espera que o texto seja aprovado no primeiro semestre de 2020.

 Em meio a discussões sobre sua privatização, a Eletrobras prepara a divulgação de seu plano de negócios para os próximos cinco anos, que trará como meta ser a terceira maior empresa de energia renováveis do mundo. 

Para isso, a companhia deve mirar investimentos também fora do Brasil.

As afirmações foram feitas pelo presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, em almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro nesta terça (10).

"A Eletrobras, no momento em que for privada, deve olhar para a América Latina como uma região onde ela tem características distintas para investir", disse o executivo.

O projeto de privatização foi entregue pelo governo ao Congresso no início de novembro

No momento, o foco é em encontrar um relator para a proposta. 

Ferreira Junior disse esperar que o texto seja aprovado no primeiro semestre de 2020, permitindo a privatização no segundo semestre.

A ideia é oferecer ao mercado novas ações da companhia, reduzindo a participação do governo federal, que hoje é de 40,99% (mas com 51% das ordinárias, que dão direito a voto). 

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem outros 15,99%.

O projeto limita a 10% a fatia máxima de investidores privados no capital votante, para evitar que a companhia tenha um novo controlador. 

A ideia, segundo o governo, é ter uma corporação com capital pulverizado —isto é, sem acionista majoritário.

 A Eletrobras deve concluir até o fim do ano seu processo de venda de ativos, negociando 38 participações em companhias de geração e transmissão de energia. 

Com a conclusão de dois parques eólicos, praticamente encerra também seu estoque de novos projetos de investimento —restando apenas a usina nuclear Angra 3.

O projeto foi incluído no PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) que analisa em conjunto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) um modelo de atração de sócios privados para complementar as obras.

A companhia deve fechar o ano com Ebitda (medida que sinaliza a geração de caixa de uma companhia) superior a R$ 10 bilhões - ou cerca de cinco vezes mais do que o valor registrado quando o executivo assumiu a estatal, há três anos.



FOLHA DE SÃO PAULO
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