Bolsa fecha no menor nível desde junho com COVID-19 e rumores de nova
CPMF.
Ibovespa: -1,6% (95.734 pontos)
Dólar: +2,18% (R$ 5,58)
Resumo:
- União
de fatores derrubam Ibovespa, que volta ao menor nível desde 30 de junho;
- alta
nos casos de coronavírus nos EUA e Europa derrubam índices de Wall Street;
- ministro
Paulo Guedes volta a falar sobre desoneração de folha de pagamento e
citação a “substituição tributária” retoma rumores sobre “nova CPMF”;
- desemprego
na pandemia sobe 27,6% em quatro meses no Brasil, diz IBGE;
- puxada
por alimentos, prévia da inflação oficial tem maior taxa para setembro
desde 2012; veja o que ficou mais caro e mais barato;
- receita
libera consulta ao 5º lote de restituição de Imposto de Renda.
Na
cola das bolsas de Nova York, o Ibovespa fechou esta quarta-feira (23) em
queda, indo ao menor patamar desde 30 de junho, graças a um caldeirão
ligeiramente familiar: risco fiscal, alta dos casos de coronavírus na Europa e
Estados Unidos, bolsas de Nova York em queda e a temida volta da CPMF.
São
incêndios já conhecidos por quem acompanha este fechamento.
Vamos começar
falando do cenário interno. Por aqui, o medo de que o governo não conseguirá
fechar as contas deixou os investidores mais cautelosos.
Tudo isso ainda antes
da notícia de que o presidente Jair Bolsonaro deu aval para a criação do Renda
Cidadã, o substituto do sequer nascido Renda Brasil, que precisa de R$ 30
bilhões para auxiliar 10 milhões de novas famílias.
Para
completar, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar da criação de
um novo imposto, já taxado por analistas e pela própria imprensa de “nova
CPMF”.
Em coletiva de imprensa ao lado do deputado Ricardo Barros (líder do
governo na Câmara), Guedes citou uma “substituição tributária” para falar sobre
a desoneração de folha de pagamento.
Apesar
de não ter citado diretamente, diversas fontes de veículos especializados
apontam que a equipe econômica vem discutindo o tal impostos sobre transações
digitais.
A
queda no Ibovespa, principal índice da Bolsa, poderia ter sido ainda maior se
não fosse uma valorização das ações da Vale (que corresponde a 10% da carteira
teórica do Ibov) e da Localiza, com alta fora da curva de 13,97% por conta do
anúncio da fusão com a também empresa de locação de automóveis Unidas.
Em
meio ao caldeirão de política e economia interno, a nova onda de COVID-19 nos
EUA e Europa voltou a preocupar o mercado financeiro – além de mais vidas
perdidas, isso pode significar um impacto ainda maior sobre a economia e, com
isso, uma retomada mais lenta.
Nem mesmo os dados industriais positivos na Zona
do Euro e nos EUA foi suficiente para eclipsar estes dados.
As
quedas nos índices de Wall Street foram acentuadas principalmente porque,
diante das incertezas, os investidores preferiram vender seus papéis e realizar
o lucro, em vez de mantê-los e arriscar uma nova queda.
Para que se tenha
ideia, Nasdaq – que tem em sua carteira boa parte das empresas de tecnologia
estadunidenses – fechou com queda de 3,02%.
FINANÇAS FEMININAS