Economistas dizem que inflação preocupa e preveem
Selic acima de 15% ao ano.
Sem forte ajuste
fiscal, analistas veem elevação dos juros como única saída para aumento de
preços
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do
Banco Central de elevar a Selic a 13,25% ao ano, mantendo o ritmo de
alta de 1 ponto percentual, se alinhou as expectativas do mercado financeiro.
Com a previsão de inflação mais alta para este ano, analistas dizem que a taxa
de juros pode ultrapassar os 15% ao ano.
Para os
especialistas, sem ajustes fiscais que garantam reequilíbrio das contas
públicas, uma elevada taxa de juros seria a única forma de frear o avanço nos
preços.
No comunicado
desta quarta (29), o Copom reafirmou a sinalização de que pretende fazer mais
uma alta da mesma intensidade na próxima reunião, em março.
No entanto, evitou
se comprometer com qualquer ritmo de ajuste em maio.
O
centro da meta da inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto
percentual para mais ou para menos.
O
objetivo do aumento na Selic é segurar a inflação. De acordo com o último
boletim Focus, divulgado na segunda-feira (27), analistas ouvidos pelo BC esperam
que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termine o ano em
5,5%.
O
colegiado previu, na ocasião, aumentos de 1 p.p. nas reuniões de janeiro e
março. Se a indicação for cumprida no próximo encontro, a taxa básica vai
atingir 14,25% ao ano –mesmo patamar observado na crise do governo Dilma
Rousseff (PT), entre 2015 e 2016.
FOLHA DE SÃO PAULO