Licença-maternidade 'criminosa' e
Hitler de esquerda: as falas de Sachsida.
Recém-nomeado ministro de Minas e
Energia, Adolfo Sachsida já criticou a licença-maternidade de seis meses —que
definiu como um "crime" contra as mulheres—, disse que a mulher é
mais eficiente fora do mercado de trabalho, defendeu a flexibilização das leis
trabalhistas e o fim do imposto sindical e sugeriu que o Partido Nazista
alemão, de Adolf Hitler, era de esquerda.
As declarações aparecem em vídeos
publicados em 2016 e 2017 em seu canal no YouTube.
Em uma das gravações,
Sachsida ainda nega que a desigualdade salarial entre homens e mulheres que
desempenham as mesmas funções seja "discriminação", dizendo se tratar
apenas de um "comportamento racional do empresário".
Discriminação no trabalho
Na hora de promover, promoveu o
homem, é discriminação. Não, não necessariamente.
Existem outras explicações
condizentes com a ideia de maximização de lucro do empresário que não são
discriminação. É simplesmente um comportamento racional do empresário.
O custo de oportunidade da mulher é
mais alto, porque ela é mais eficiente fora do mercado.
Se esse casal tiver um
filho, provavelmente é a mulher que vai cuidar do filho. Aí você vira para mim:
'Adolfo, mas o homem fica bêbado mais que a mulher'. Fica.
Então menos para o
homem nesse ponto.
Mas também, quem vai mais ao médico é a mulher, então ela
vai faltar mais para ir ao médico. O empresário está fazendo essas contas.
Licença-maternidade
Eu, por exemplo, sou contra
licença-maternidade de seis meses. Isso, para mim, é criminoso contra a mulher.
Você dar uma licença-maternidade de seis meses para a mulher é mais ou menos
como você chegar para o empresário e falar assim: 'Não promovam essa mulher.
Porque, se ela engravidar, ela vai ficar seis meses fora da empresa'. Você
consegue imaginar uma empresa ficar seis meses sem seu gerente?
Quando fui
contra essa lei [licença-maternidade de seis meses], as pessoas me xingaram. Não
é nada disso, é que eu me preocupo com as mulheres.
Toda vez que você cria leis
que favorecem a mulher, vai aumentar a penalidade salarial dela.
Menos patrões
vão promover as mulheres. Não é porque eu quero, basta você olhar.
UOL