Consultoria avalia que maior parte das entidades não conseguirá bater a meta atuarial neste ano


Dos cerca de 40 regimes próprios atendidos pela Par Investimentos, empresa de sistemas de acompanhamento de investimentos que atua no segmento de RPPS, menos de 10 conseguiram superar a meta atuarial do primeiro semestre. Segundo o consultor da Par, Renan Calamia, a maior parte dos institutos tem conseguido performar apenas 60% da meta atuarial do período. “Acredito que a maior parte dos RPPS não vão conseguir bater suas metas em 2018, a prioridade deles está sendo manter o que foi acumulado nos anos anteriores”, diz.

Segundo o consultor, os RPPS que tem conseguido superar suas metas neste ano têm, em geral, posições maiores no segmento de estruturados. Ele nota que a demanda dos clientes por FIPs e FIDCs caiu drasticamente após a nova resolução de investimento que se tornou mais rigorosa quanto a aplicação dos RPPS em fundos dessas classes. “A resolução anterior permitia até coisas demais, só que a nova acabou fechando praticamente todas as torneiras, sendo quase impraticável para um instituto que precisa obter retorno compatível com seus compromissos atuariais”. O consultor pondera que, entre os estruturados, os fundos imobiliários são os que mantém maior apelo junto aos investidores no momento.

Diante da escassez de alternativas de investimento para esse público, a renda variável segue como um das principais recomendações da consultoria. “Por conta dos bons resultados entregues pela bolsa nos últimos dois anos o interesse dos institutos por renda variável aumentou bastante na virada de 2017 para 2018”, diz o especialista, que ressalta, por outro lado, que o desempenho mais recente da Bovespa reduziu o apetite dos institutos pelos ativos.

Os multimercados, até por conta do aumento do limite de 5% para 10% com a nova resolução, registraram um forte aumento na procura por parte dos RPPS nos últimos meses. “O problema dessa classe  é que a maior parte dos fundos disponíveis para os institutos de previdência não oferecem um prêmio tão alto comparado com a taxa de juros, ficando ao redor de 105% do CDI, e com um risco relativamente alto”.

Calamia diz ainda que, por conta da portaria 577 da Secretaria de Previdência, de dezembro de 2018, que permitiu aos RPPS fazer a marcação na curva dos títulos públicos desde que comprovada a liquidez suficiente para isso, tem recebido dos clientes uma série de questionamentos sobre as oportunidades na renda fixa. “Com as NTN-Bs voltando a pagar 6%, o que já está acontecendo em alguns casos, estamos sugerindo uma alocação nesses papéis como forma de diversificar e reduzir a volatilidade da carteira”.



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