Caso a Embraer
consiga reverter hoje a decisão, desfavorável à empresa na Justiça, que a
cancelou e realize a assembleia de acionistas para hoje, o quórum de
investidores na AGE será determinante para o sucesso da operação com a
Boeing.
Pelo estatuto da empresa,
os acionistas brasileiros podem ter papel relevante na decisão. Cerca de
80% das ações da companhia são negociados na Bolsa de Nova York por meio de
ADRs (recibos de ações).
Os detentores desses
papéis são considerados estrangeiros para efeitos de voto. Apenas 20% das
ações da Embraer estão listadas no Brasil.
A regra do estatuto
limita o voto dos estrangeiros a dois terços dos brasileiros. Como
consequência, os estrangeiros têm seu peso limitado a 40% dos votos, enquanto
os brasileiros, em seu conjunto, votam com 60% do total.
A BNDESPar, braço de
participações acionárias do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), com 5,37% das ações de Embraer, e a Previ, fundo de pensão dos
funcionários do Banco do Brasil, com 3,91%, poderão atuar com quase 30% dos
votos na assembleia, a depender do quórum, tendo, assim, papel decisivo para
aprovar ou não a transação.
VALOR ECONÔMICO