Bancos ampliam crédito mais caro para manter lucro.
Empréstimos com linhas mais caras
subiram 15% em 2019 nas instituições financeiras.
As linhas de crédito sem garantias
—como crédito pessoal e cartão de crédito— cresceram cerca de 15% nas carteiras
dos quatro maiores bancos do país (Bradesco, Itaú e Santander, além do estatal Banco do
Brasil) em 2019.
O movimento, segundo analistas,
acompanha o ambiente de maior otimismo com a economia brasileira para este ano,
mas também reflete esforços maiores dos bancos para manter o lucro em um cenário de juros na mínima histórica e ante um
índice de emprego com recuperação abaixo do esperado.
Por não apresentarem garantia de
pagamento —como é o caso do financiamento imobiliário ou do crédito para
veículos, cujo próprio bem é a salvaguarda—, os bancos costumam cobrar juros
mais altos nessas modalidades como forma de cobrir o risco de um eventual
calote.
As linhas de crédito consignado e
financiamento imobiliário cresceram 16,6% e 9,6%, respectivamente, quando
considerados os quatro bancos.
No caso do Banco do Brasil, o último dos quatro a
divulgar o balanço de 2019, a linha de crédito que mais cresceu foi a de
empréstimo pessoal, com alta de 45,2%. Crédito consignado subiu 14,3%, e cartão
de crédito, 10,7%.
O lucro do BB foi de R$ 17,8 bilhões em 2019.
A carteira
total (que inclui pessoa jurídica e crédito agrícola) caiu 2,6%, puxada
pelo recuo nos empréstimos a grandes empresas.
Como reflexo, o banco
reforçou o foco na administração de recursos.
FOLHA DE SÃO PAULO