Perfil das fusões e aquisições
no Brasil indica melhora no mercado
Advogados
envolvidos em grandes negócios no país demonstram otimismo, mas ainda estão
cautelosos com cenário desafiador
O perfil das operações de fusões e aquisições no Brasil está mudando nos últimos meses.
Enquanto no primeiro semestre a maior parte dos negócios tiveram caráter
financeiro, ou seja, eram protagonizados por empresas que estavam em crise,
precisando levantar dinheiro para sobreviver, desde agosto está aumentando os
M&As (sigla em inglês para fusões e aquisições) estratégicos, considerados
de maior qualidade.
O
sentimento geral é de que a qualidade dos negócios está melhorando, várias
operações foram destravadas no segundo semestre e o mercado está começando a
aquecer, com um aumento no volume de negócios.
A
notícia traz um certo alívio após um primeiro semestre mais crítico para o
mercado.
Dados da TTR Data mostram que, de janeiro a agosto deste ano, as
fusões e aquisições no país movimentaram R$ 145,5 bilhões, com 1.282
transações, uma queda de 27% no volume se comparado com o mesmo período de
2022.
Mas mesmo com a percepção geral de melhora, a maioria dos
advogados ainda está com cautelosa.
A dúvida é saber se a melhora observada
neste semestre vai se sustentar e de que forma o cenário desafiador no exterior pode impactar o mercado doméstico.
Como exemplos a compra da fabricante brasileira de
chocolates Kopenhagen pela multinacional suíça
Nestlé; a venda da divisão de metais básicos da
Vale à saudita Manara Minerals e
ao fundo americano Engine No.1; a compra de participação de 51% da Bluefit pelo
Mubadala, ligado ao fundo soberano
dos Emirados Árabes Unidos, e o aumento de participação do banco americano
JPMorgan.
FOLHA DE SÃO PAULO