Com custeio de administração
menor, os planos de fundos de pensão permitem aos seus participantes acumular
reserva financeira maior e benefício mais alto do que se contribuíssem para
planos equivalentes de previdência privada vendidos por bancos e seguradoras.
Esta é a conclusão de um estudo publicado pela Associação Nacional dos
Participantes de Fundos de Pensão (Anapar). De acordo com a pesquisa, um plano
de fundo de pensão cujas condições representam a média do setor pode gerar um
acúmulo 57% maior e um benefício vitalício até 238% mais alto em comparação a
três planos de previdência privada aberta de três dos maiores bancos do país.
O levantamento da Anapar constatou que os planos dos
fundos de pensão acumulam em média 6% a mais que os planos de previdência
privada. Dessa forma, em 35 anos de contribuição, o participante de plano de
previdência complementar consegue acumular 34,4% a mais que o cliente de
seguradoras privadas em período igual. O percentual é 57,2% maior que os planos
de previdência aberta quando o cálculo é feito com 49 anos de contribuição. “A
diferença está exatamente na constituição de uma entidade fechada, que é
estabelecida sob a forma de um fundo de pensão, sem fins lucrativos, e de uma
entidade aberta, estabelecida por uma Sociedade Anônima. Naturalmente, a
empresa que trabalha sem visar lucro terá um custo de operação menor e como
estamos tratando de uma relação de longuíssimo prazo, essa diferença no custo
faz toda a diferença”, explica Luiz Felippe Fonseca, consultor responsável pelo
estudo da Anapar, em comunicado.
A análise levou em consideração os modelos de
custeio, o potencial de acumulação e as condições de conversão dos valores
acumulados em benefícios vitalícios. As simulações foram feitas com aportes
mensais de R$ 500, utilizando a mesma tábua de mortalidade e igual
rentabilidade no período de capitalização para a comparação entre os quatros
planos. A Anapar usou ainda como referência a taxa de juros de retorno dos
investimentos no período de capitalização definida em 5% ao ano, descontada a
inflação. Em todos os casos, a associação utilizou o mesmo perfil etário para o
participante e um dependente vitalício quatro anos mais jovem, para a conversão
do benefício em pensão vitalícia. Foi constatado que a média das taxas de
carregamento (cobrada sobre a contribuição mensal) dos planos é de 4% e a de
administração (descontada diariamente ou mensalmente a depender do plano e
reflete em percentual sobre o patrimônio) de 0,20%.
“Normalmente, a taxa de carregamento é maior na
previdência privada. Como a previdência fechada é administrada por entidades
sem fins lucrativos, a taxa de carregamento normalmente é suficiente para
cobrir os custos de administração. No longo prazo, ela traz menos impacto pois
é cobrada apenas sobre a contribuição mensal e não sobre o montante acumulado”,
explica Luiz Felippe Fonseca, consultor responsável pelo estudo da Anapar, em
comunicado. Os fundos de previdência aberta têm na cobrança da taxa de
administração uma fonte de lucro para a seguradora. O fundo de pensão do
estudo, por exemplo, não cobra. “As entidades abertas, por visarem o lucro e
terem que remunerar os acionistas, normalmente preferem trabalhar com a taxa de
administração, que incide sobre o montante dos recursos acumulados. Assim,
quanto maior o patrimônio acumulado, maior o valor destinado aos bancos e
seguradoras por meio da taxa de administração. Isto faz uma grande diferença no
longo prazo”, diz Fonseca.
Investidor Institucional