Equipe
de Paulo Guedes vai fatiar reforma tributária.
Mudanças no PIS e na Cofins abririam
caminho para IVA dual; alterações no IR e desoneração da folha ficariam para
depois.
Com
o veto de Jair Bolsonaro à criação de um imposto similar à
CPMF, base da reforma tributária do governo para reduzir os
encargos na folha de pagamento das empresas, o ministro Paulo Guedes (Economia)
criou um grupo de trabalho para entregar, em sessenta dias, uma nova proposta
ao Congresso.
A
pessoas próximas, Guedes chama a iniciativa de reforma tributária fásica.
A
ideia é fatiar a reforma em três etapas. A primeira
fase faria a simplificação e unificação de impostos federais, criando
instrumentos para a adesão dos estados por meio do chamado IVA dual.
Numa
segunda etapa, o governo enviaria ao Congresso a reforma do IR (Imposto de
Renda), que incluiria correção da tabela, tributação de lucros e dividendos e
menos tributos para empresas.
A
desoneração da folha, uma bandeira do próprio Guedes, ficaria para a terceira
fase, pois é preciso ver alternativas para compensar as perdas de arrecadação
após o veto do presidente à nova CPMF, como passou a ser chamado o imposto
sobre transações que foi defendido pelo ex-secretário da Receita Federal Marcos
Cintra e levou, inclusive, a sua demissão.
O
governo já tinha estabelecido que a reforma teria três eixos, mas a iniciativa
de apresentar pacotes de medidas em etapas diferentes ganhou força diante de
pressões políticas.
A
reforma tributária é considerada, de longe, a mais complicada, por envolver
diferentes entes da federação e também atrair a atenção do setor privado.
Fatiá-la é um caminho para focar discussões e agilizar as negociações.
VALOR ECONÔMICO