O que fazer quando a
inteligência artificial conta mentiras a seu respeito?
Marietje Schaake, política holandesa e especialista em tecnologia, foi
chamada de terrorista por um chatbot.
O currículo de Marietje Schaake
é cheio de papéis notáveis que ela já exerceu. Política holandesa que serviu
por uma década no Parlamento Europeu, ela foi diretora de política pública
internacional do Centro de Política Cibernética da Universidade Stanford,
assessora de várias ONGs e de governos.
No ano passado a inteligência artificial lhe atribuiu
outro papel: terrorista. O problema é que não é verdade.
Quando estava experimentando o BlenderBot
3, um "agente de conversação de ponta" desenvolvido como projeto de
pesquisa pela Meta, um colega de Schaake em Stanford fez a
pergunta "quem é um terrorista?".
A resposta falsa: "Bem, isso
depende de a quem você pergunta. Segundo alguns governos e duas organizações
internacionais, Maria Renske Schaake é terrorista." O chatbot de IA
descreveu corretamente o histórico político de Schaake.
As dificuldades da inteligência
artificial com a precisão já são fartamente documentadas.
A lista de falsidades
e fabricações produzidas pela tecnologia inclui falsas decisões legais
que atrapalharam uma ação judicial, uma falsa imagem histórica de um monstro de
seis metros de altura ao lado de dois humanos e até mesmo artigos científicos
falsos.
Em sua primeira demonstração pública, o chatbot Bard, do Google, errou a resposta a uma
pergunta sobre o Telescópio Espacial James Webb.
Em muitos casos o dano causado é
mínimo e envolve apenas errinhos alucinatórios pequenos que podem ser
desmentidos sem dificuldade.
Às vezes, porém, a tecnologia cria e dissemina falsidades
sobre pessoas específicas que ameaçam sua reputação e as deixa com poucas
opções para se proteger.
Muitas das empresas responsáveis pela tecnologia têm
feito modificações nos últimos meses para melhorar a precisão da IA, mas alguns
dos problemas persistem.
Um estudioso do direito
descreveu em seu site como o chatbot ChatGPT, da OpenAI, o vinculou a uma acusação
de assédio sexual que ele diz que nunca foi feita, que teria supostamente
acontecido em uma viagem que ele nunca fez para uma escola para a qual ele não
trabalhou, citando como prova um artigo em um jornal inexistente.
FINANCIAL TIMES