BANCO CENTRAL


Campos Neto relativiza críticas de Lula ao BC, mas reforça defesa de autonomia.

Presidente da autoridade monetária diz que independência ajudou a reduzir a volatilidade dos mercados no Brasil e mostrou resiliência.

O presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, relativizou nesta quinta-feira (19) críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autonomia formal da autoridade monetária, mas reforçou sua defesa à independência do órgão e se comprometeu a ficar no cargo até o fim do mandato.

Em seminário promovido pela UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), Campos Neto disse que a formalização da autonomia do BC por meio de uma lei ajudou a reduzir a volatilidade dos mercados no Brasil e mostrou resiliência.

Ele argumentou que informações são retiradas de contexto em algumas entrevistas e colocou as declarações de Lula em perspectiva.

Os comentários de Campos Neto foram feitos um dia depois de Lula ter posto em dúvida, em entrevista à GloboNews, a vantagem de um Banco Central autônomo e questionado se os níveis das metas atuais de inflação não são baixos demais.

Em discurso público nesta quinta, Lula voltou a abordar a política monetária, questionando o porquê de a taxa básica de juros estar no nível que está —Lula citou erroneamente uma taxa de 13,5%, quando a Selic já está em 13,75%.

O mandato de Campos Neto na presidência do Banco Central vai até o fim de 2024.



FOLHA DE SÃO PAULO
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