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Presidente do BNDES defende gasto extra em investigação que não encontrou irregularidades

Bolsonaro questionou gastos de Montezano na apuração da 'caixa-preta'; banco já gastou mais de R$ 40 mi em investigação.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, defendeu a assinatura de aditivos contratuais na investigação que apurou operações feitas pela instituição no passado e afirmou que o dinheiro gasto não foi tanto em comparação com exemplos internacionais.

“O valor é muito dinheiro, mas não assusta”, disse.

As declarações são feitas após o banco ter gasto mais de R$ 40 milhões a partir de 2018 com escritórios para investigar a existência de corrupção e outros tipos de desvio em operações contratadas entre 2005 e 2016. 

As despesas foram aumentando ao longo da investigação por meio de aditivos contratuais e, ao final, os investigadores não encontraram nenhuma evidência de irregularidades.

Um dos aditivos foi firmado sob a gestão de Montezano (que entrou no banco em 2019), e gerou um valor extra de R$ 2,3 milhões à firma de auditoria KPMG

A suplementação, de acordo com o executivo, foi feita para que empresa ampliasse os trabalhos e analisasse novos dados.

A empresa era responsável por revisar a investigação comandada por outros escritórios. 

Perguntado sobre o motivo de os trabalhos serem ampliados quando já se constatava não existirem indícios, Montezano defendeu que foi preciso continuar “varrendo”. 

“Você tem que exaurir as provas, tem que exaurir o não. Quando você não acha, você vai varrendo”, afirmou. 

O diretor jurídico do BNDES, Saulo Puttini, afirmou que os trabalhos foram se ampliando conforme eram tocados. 

“Existem esses procedimentos forenses que vão aumentando de escopo à medida que você vai investigando e perguntando às pessoas. 

Quando A conecta com B, você começa a ter uma melhor delimitação do escopo. As ampliações de contrato foram bem registradas e fundamentadas”, disse.

“No início foram cerca de 240 mil documentos, depois foi para 350 mil. 

No início eram 40 funcionários entrevistados, depois mais de 50. Tudo isso é mais dado para ser processado, é mais interrogatório para ser promovido”, afirmou Puttini.



FOLHA DE SÃO PAULO
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