Juros reais altos favorecem Tesouro Direto, dizem
especialistas.
Remuneração de
títulos públicos atinge patamares não vistos desde a época do impeachment de
Dilma.
Com a expectativa
dos agentes financeiros de que a taxa de juros seguirá em um patamar elevado ainda
por um bom tempo, especialistas consideram que a remuneração polpuda dos
títulos públicos negociados no Tesouro Direto representa uma
oportunidade bastante atraente para quem busca alternativas de baixo risco com
um valor acessível para investir.
Entre os títulos
públicos indexados à inflação disponíveis na plataforma,
que oferecem uma taxa prefixada mais a variação do índice de preços IPCA
(Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a taxa real de juros é
negociada acima dos 6% e alcança os dois dígitos entre os prefixados —que têm
uma taxa de juros nominal— e os pós-fixados que acompanham o rendimento da
taxa Selic.
A rentabilidade dos
papéis de risco soberano atingiu os níveis atuais em meados de 2022, em meio às
incertezas sobre as eleições, e tem se mantido relativamente estável desde
então, por causa da indefinição sobre a política fiscal do governo.
Antes disso, a
remuneração dos títulos públicos esteve nesse mesmo patamar apenas em 2016, à
época do governo Dilma Rousseff, quando as taxas dos papéis
indexados à inflação chegaram à casa dos 7%.
Simulações no site do Tesouro Direto realizadas na
sexta-feira (3) mostram que, ao aplicar R$ 1.000,00 no título Tesouro Selic com
prazo final em março de 2026, o investidor terá um valor líquido de R$ 1.284,75
no vencimento, já descontado o IR (Imposto de Renda) correspondente ao período
e a taxa de custódia da B3.
FOLHA DE SÃO PAULO