A
fundação Petros, que administra a previdência privada dos empregados da Petrobras,
fechou 2016 com um deficit acumulado de R$ 27,3 bilhões, um rombo R$ 3,4
bilhões maior do que o de 2015.
A maior
parte do deficit, R$ 26,8 bilhões, refere-se ao principal plano administrado
pela entidade, o PPSP (Plano Petros do Sistema Petrobras), o mais antigo, com
cerca de 76 mil participantes.
Pela 14ª
vez consecutiva, o balanço da fundação foi rejeitado pelo conselho fiscal, que
divulgou os números em seu blog. Foi o quarto ano seguido de rejeição por
unanimidade no colegiado.
Conselheiros
e pensionistas acusam a fundação de realizar investimentos com interesse
político, contribuindo para o aumento do rombo, e questionam dados e premissas
usados pela fundação para chegar aos números.
Outros
dois planos administrados pela entidade também tiveram deficit: o Plano Petros
Ultrafértil (R$ 189,9 milhões), de empregados da Ultrafértil e da Vale
Fertilizantes, e o Plano Petros Lanxess, das empresas químicas Lanxess e
Nitriflex (R$ 76,2 milhões).
Os
deficit consecutivos obrigam a fundação a propor um plano de equacionamento do
PPSP e do Plano Petros Ultrafértil. Isso significa que participantes e empresas
patrocinadoras terão que dar uma contribuição adicional para cobrir o rombo.
Os
termos do equacionamento do PPSP deveriam ter sido divulgados até o fim de
2016, mas o prazo foi adiado a pedido da Petros. A expectativa, agora, é que os
participantes conheçam a parte que lhes caberá no equacionamento no terceiro
trimestre.
A
contribuição é feita como desconto de benefícios, no caso dos aposentados, ou
cobrança de taxa extra, para empregados na ativa.
O
conselho fiscal reclama, porém, que a Petros não tem cobrado da Petrobras
dívidas com o seu principal plano, o que poderia reduzir a contribuição
adicional.
As
dívidas se referem ao impacto, nas contas do fundo, de medidas adotadas pela
área de recursos humanos da estatal em benefício dos empregados da ativa e de contingenciamento
para ações judiciais, entre outros.
UOL