SAÚDE


Com dívida, Santa Casa de São Paulo vende operação do Hospital Santa Isabel.

Rede D'Or pagou R$ 280 milhões pela unidade que atende planos de saúde.

A mesa administrativa da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que controla a Santa Casa de São Paulo, aprovou nesta quarta-feira (27), por unanimidade, a venda da operação do Hospital Santa Isabel por R$ 280 milhões à Rede D’Or São Luiz.

Fundada em 1972, a unidade é voltada exclusivamente ao atendimento de clientes de planos de saúde e de pacientes particulares. O prédio tem 124 leitos, sendo 35 unidades de terapia intensiva (UTI).

A Santa Casa pretende usar o dinheiro da venda e também do aluguel do imóvel à Rede D’Or para abater sua dívida, que está na faixa dos R$ 400 milhões, e também investir no atendimento aos pacientes do SUS.

O aluguel da unidade trará à Santa Casa uma receita anual de R$ 10 milhões, acima dos R$ 8 milhões que o Hospital Santa Isabel recebe atualmente. 

As negociações começaram há cerca de 60 dias.

Além do aluguel, a Rede D’Or se comprometeu a investir na reforma de aproximadamente 3.000 m2 do complexo hospitalar para o atendimento de pacientes do SUS.

Em nota, a Santa Casa afirma que a Rede D’Or é um dos maiores empregadores do país, e que os funcionários do Hospital Santa Isabel deverão manter suas atividades profissionais normalmente. 

A unidade fica no bairro de Higienópolis, no centro de São Paulo.

"A instituição está saneando seu endividamento bancário e com isso seguirá na busca de sustentabilidade, retomará a capacidade de investimento e atendimento aos pacientes do SUS, através da modernização e ampliação de nossas instalações, reforçando a sua missão e o legado de 460 anos a serviço da saúde", afirma a nota.

Em 2017, o governo federal criou uma linha de crédito de R$ 10 bilhões para hospitais filantrópicos e Santas Casas, que tinham uma dívida total estimada de R$ 21 bilhões.

Em 2018, em meio à sua maior crise financeira, a Santa Casa tinha dívida de R$ 700 milhões, com um déficit mensal de R$ 14 milhões.

​​Sem dinheiro para pagar por insumos de cirurgias, como agulhas, fios de sutura e luvas, o hospital chegou a lançar um projeto no qual pessoas físicas e jurídicas podiam doar kits cirúrgicos para atender pacientes.

 

 

 



FOLHA DE SÃO PAULO
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