'Ainda
é muito cedo para baixar a guarda', diz presidente do Magazine Luiza sobre
isolamento.
Das 1.100 lojas, 40% foram reabertas
no país; empresa adota sistema próprio de controle.
O
Brasil é um dos únicos países que flexibilizam medidas de isolamento social,
considerando o comércio, ao mesmo tempo em que indicadores relacionados à
Covid-19 crescem, afirmou Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza,
em entrevista a jornalistas nesta terça-feira (26).
"No
mundo inteiro o protocolo foi: fica duas semanas sem aumentar os casos e mais
duas semanas caindo para poder liberar o comércio.
O Brasil, talvez por uma
pressão de não ter feito tão bem no começo—embora nenhum país tenha ficado três
meses com o comércio fechado— testa a reabertura ainda com números crescentes", disse.
Segundo
ele, ainda é "muito cedo para baixar guarda" em relação ao controle
das medidas de isolamento.
A
varejista divulgou o balanço financeiro do primeiro trimestre na segunda (25),
que contabilizou prejuízo líquido de R$ 8 milhões devido à pandemia de
coronavírus, que impôs o fechamento de lojas físicas, e ao aumento das
despesas.
Com
40% das cerca de 1.100 lojas já abertas, a companhia adotou um sistema
particular de retorno comercial que, muitas vezes, independe dos decretos
municipais.
No
primeiro trimestre, com as lojas ainda operantes, os pontos físicos cresceram
7% e o online, 73%.
Na economia nacional, Trajano estima que o ecommerce parta
dos 5% de participação do pré-coronavírus para 10% na fase posterior à
pandemia.
O
Magalu foi um dos primeiros a fechar as lojas no início da crise. Cerca de 20
mil pessoas entraram em férias.
O Magalu estima que as lojas físicas deixaram
de vender R$ 500 milhões enquanto permaneceram fechadas.
O ecommerce, por outro lado, cresceu 72,6% em relação ao
primeiro trimestre de 2019, se tornando, pela primeira vez, a maior parte das
vendas da varejista, com 53% do total. No último trimestre de 2019, essa fatia
era de 48%.
VALOR ECONÔMICO