Nomes envolvidos com pirâmides financeiras
ressurgem nas redes sociais.
CVM fez alerta
sobre influenciadores digitais na semana.
Vendedores de
serviços de investimentos que tiveram seus nomes envolvidos em fraudes e
esquemas de pirâmide nos últimos anos estão voltando ao mercado como
influenciadores digitais ou com produtos financeiros de internet, que têm
alertado órgãos como CVM e Ministério Público.
Eles abrem empresas com novos
nomes ou mudam o modelo do negócio, mas a abordagem é semelhante: prometem
educação financeira, segurança e rendimentos acima do mercado.
Em um dos casos
notórios, Kleyton Alves, da A2 Trader, empresa que
prometia rentabilidade de 4% ao dia, mas tirou o site do ar em novembro de 2019
retendo recursos de clientes, agora capta investidores para o mercado forex, um
investimento baseado na valorização de uma moeda sobre outra.
Alves publicou um
vídeo na internet dizendo que 21 mil dos mais de 280 mil cadastrados na A2
ainda tinham dinheiro a receber, mas afirmou que não quis esperar a conclusão
dos processos contra ele para voltar ao mercado.
Disse ainda que seu novo
negócio, a 3I Investimentos, ajudaria a pagar as dívidas. Procurado, não quis
se manifestar.
Outro caso famoso é
o de Carlos Costa, da Telexfree, pirâmide que estourou há quase dez anos.
Agora
está à frente do Pipz, um programa de fidelidade que dá pontos em compras. Ele
diz que três desembargadores negaram pedido do Ministério Público para interromper
o projeto, com base em laudo que aponta que ele usa meios legais de marketing
multinível.
No caso da
Nova Consultoria, alvo de uma onda de processos de pessoas que pedem para receber de volta o patrimônio aplicado, o consultor Caio Mestre, que atraía investidores à empresa,
hoje publica vídeos nas redes mostrando relógios caros e dizendo que “ficar
rico é mais fácil do que vocês imaginam”.
Mestre frequentava
grupos sociais de classe média acompanhado de um namorado, Rafael Lorenzi, que
dizia ser funcionário do banco JPMorgan. O banco não comenta.
Em um dos
processos a que a coluna teve acesso, o investidor pediu bloqueio dos bens de
Lorenzi mas foi indeferido.
Procurado pela
coluna, Lorenzi disse que não conhecia Mestre.
Depois, reiterou que o trecho
que o cita no processo foi indeferido. Mestre afirma que foi enganado pela
pirâmide, como outros consultores, e também perdeu patrimônio. Advogados da
Nova citados no processo disseram não atuar mais no caso.
FOLHA DE SÃO PAULO