CCJ da Câmara


A reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara com o ministro Paulo Guedes (Economia) foi encerrada por causa de mais um episódio discussão. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou que o ministro é "tigrão" com uns e "tchutchuca" com outros, sugerindo que Guedes privilegia banqueiros e rentistas.

O petista queria estudos da equipe econômica para que o governo decidisse priorizar o endurecimento das regras de aposentadoria, em vez de propor mudanças no sistema bancário.

“Eu estou vendo que o senhor é tigrão quando é com os aposentados, com os idosos, com os portadores de necessidade; é tigrão quando é com agricultores, com professores. Mas é tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país. O cargo público que você ocupa exige uma outra postura”, afirmou Dirceu.

Tchutuca e tigrão são referências a um funk dos anos 2000, da banda Bonde do Tigrão.

O deputado foi logo interrompido por aliados do presidente Jair Bolsonaro. 

Guedes também reagiu. O ministro se ofendeu e revidou: “Tchutchuca é a mãe, tchutchuca é a avó!”

Depois, pediu respeito: “Eu te respeito. Você me respeita!

Irritado, o ministro pegou o celular e já ameaçava ir embora. Ao lado dele estava o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

Marinho cochichou no ouvido com o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR). 

Instaurou-se um caos generalizado no plenário da comissão e, após seis horas e meia de audiência, a sessão foi encerrada antes mesmo que metade dos deputados inscritos conseguissem falar.



FOLHA DE SÃO PAULO
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