Congresso promulgou PEC ignorando críticas de
consultoria.
Nota técnica diz
que texto cria privilégio desproporcional e afeta isonomia eleitoral.
O Congresso promulgou a proposta que turbina benefícios sociais às
vésperas das eleições ignorando críticas da Consultoria de Orçamento da Câmara,
que vê no texto a criação de privilégios e dispensas de obrigações
desproporcionais se considerado o cenário atual.
Além disso, os técnicos
consideram que a isonomia no processo eleitoral fica comprometida.
A PEC (proposta de
emenda à Constituição) que dá aval ao pagamento de novos benefícios à população
contém sete medidas.
Entre elas, ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$
600 até o fim do ano, duplicação do Auxílio Gás para cerca de R$ 120 e a
criação de um vale de R$ 1.000 para caminhoneiros.
Além disso, o texto
prevê um auxílio para taxistas, repasse de recursos para evitar aumento de
preços no transporte público, subsídios para o etanol e reforço de verba no
programa de aquisição e doação de alimentos.
O custo total é estimado em R$
41,25 bilhões.
A criação de novos
programas é vedada pela legislação eleitoral neste ano, mas a PEC buscou
contornar essa restrição usando, inclusive, o reconhecimento de um estado de
emergência no país em decorrência do maior preço do petróleo.
Para os técnicos,
as flutuações de preços de commodities (em especial do petróleo) e da taxa de
inflação não são o suficiente para o reconhecimento de um estado de emergência.
FOLHA DE SÃO PAULO