A
senadora Ana Amélia (PP-RS) e o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentaram, nesta
quarta-feira (14), seus relatórios de avaliação de política pública da Comissão
de Assuntos Sociais (CAS) para 2016, quando analisaram aspectos da Previdência
Social. As matérias seguem para Plenário.
A
senadora, que avaliou a aposentadoria por tempo de contribuição, fixou-se na
recomendação de criação, pelo Executivo, de ferramentas estatístico-matemáticas
para traçar projeções sobre a evolução dos pagamentos dos benefícios
previdenciários. A ausência desses dados prejudica o planejamento e a gestão,
afirmou. Ela também sugeriu que a Secretaria de Previdência tome medidas para
elevar a adesão dos cidadãos à Previdência Complementar.
Sem 'rombo'
Já Paulo
Paim, em seu documento, negou a existência de um “rombo catastrófico” nas
contas do sistema previdenciário e sugeriu que a CAS faça debates com
estudiosos, representantes dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados
e do Ministério da Fazenda sobre o assunto, “de forma ampla e democrática”.
Ele
registrou a existência de duas visões conflitantes sobre a forma de cálculo do
resultado do Regime Geral da Previdência Social: a fiscalista e a
constitucionalista. A primeira considera na apuração somente as despesas e
receitas previdenciárias, o que resulta em déficit no Regime Geral de
Previdência Social (RGPS). A outra leva em conta todas as receitas e despesas
destinadas à Seguridade Social, ou seja, saúde, assistência social e
previdência social, quando se constata até mesmo superávit.
Paim
observou que, de modo geral, cada uma das áreas da Seguridade Social tem sido
tratada de forma individualizada e segmentada, frustrando o arranjo
constitucional do Sistema de Proteção Social brasileiro. “Infelizmente, sua
compartimentalização trouxe a perda da visão totalizante e a consequente
criação de áreas burocráticas e estanques, com administrações individualizadas
e que se isolaram”, afirmou no texto.
Auditores
Segundo
dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip),
o orçamento da Seguridade Social (somados saúde, assistência social e
previdência social) é superavitário há anos. Em 2006, de acordo com os dados da
Anfip, o superávit foi de R$ 59,9 bilhões, atingindo o máximo em 2012, com R$
82,7 bilhões. E mesmo em 2015, quando o país já enfrentava a crise econômica,
ficou em R$ 24 bilhões. Ainda segundo o documento, o governo usa a
Desvinculação de Recursos da União (DRU), retirando dinheiro do setor para ser
usado de outras formas no orçamento.
Paim sugere como instrumentos para fortalecer a saúde
financeira da Previdência buscar a integração ao sistema de milhões de
trabalhadores informais. Também propõe que se discutam com representantes de
todos os interessados possíveis soluções para equalizar o envelhecimento da
população e a diminuição dos contribuintes que, reconhece, afetará a as
aposentadorias futuramente. Ele também aponta o crescimento econômico, e o
aumento de contratações, para melhoria do sistema.
Agência Senado