FUNDOS DE PENSÃO


 Fundos de pensão podem ter nova regra para cobrir déficit

Redação de nova resolução avançou no conselho ligado ao governo, mas Gestão pediu prazo.

Os fundos de pensão poderão passar a ter mais tempo para cobrir eventuais déficits em seus resultados anuais. 

O assunto vem sendo discutido em um grupo de trabalho no CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) e a primeira versão de uma nova resolução já foi escrita.

Desde 2018, as entidades de previdência complementar são obrigadas a criar planos de equacionamento no ano seguinte ao exercício em que houve déficit.

Os representantes dos fundos de pensão no grupo de trabalho defendem a possibilidade de adiar a cobertura do resultado negativo por até dois anos, e também a revisão de planos já em andamento.

A proposta seria discutida em uma reunião do CNPC marcada para o dia 14 de setembro, mas o encontro foi cancelado. O setor espera retomar o debate em até duas semanas.

Jarbas de Biagi, diretor-presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), diz que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos não ficou confortável em seguir com discussão.

"Tenha em mente que é grande a quantidade de entidades [de previdência complementar] que são públicas", afirma. Os representantes da pasta teriam pedido mais tempo para analisar a proposta de alteração.

O Ministério da Gestão diz que o assunto segue em deliberação. No grupo de trabalho, é a Secretaria de Coordenação das Empresas Estatais quem participa das discussões. Casa Civil, Fazenda e Previdência Social também têm assento.

A proposta de permitir o adiamento do plano de equacionamento prevê que a decisão seja amplamente divulgada e aprovada, passe por um conselho deliberativo e tenha a supervisão da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), conhecido como a xerife dos planos.

Biagi, da Abrapp, diz todos os planos estão trabalhando com premissas sólidas e com governança. 

A autorização para adiar os equacionamentos e rever os que estão em andamento tenta atender também uma demanda de assistidos que chegam a ter 30% de desconto em seus benefícios para bancar rombos passados.

Em 2022, as entidades de previdência fechada tentaram adiar a compensação do déficit, mas o CNPC aprovou que fossem postergados apenas os prejuízos gerados por investimento em títulos públicos.



FOLHA DE SÃO PAULO
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