Automação do INSS nega 65% dos
pedidos.
Percentual
de indeferimentos é o maior desde 2006.
Enganou-se quem achava que a automação adotada pelo INSS iria facilitar a vida dos aposentados.
Até agora o instituto não
tem conseguido tirar proveito máximo da ferramenta tecnológica.
A auditoria
realizada pela Controladoria-Geral
da União analisou o processo de
automação das análises de requerimentos de benefícios implementado no ano de
2022 pelo INSS e percebeu que o número de negativas vem crescendo.
Considerando as decisões automáticas, o percentual de
indeferimentos foi de 41% em 2021, enquanto no ano seguinte aumentou para 65%
no monitoramento dos resultados decorrentes dos processos de automatização —os
robôs.
É o maior percentual de indeferimentos registrado desde 2006.
Conforme
auditoria da CGU, esse aumento significativo nos
indeferimentos automáticos também favorece a negativa indevida ou injusta.
E
gera um ciclo vicioso, pois a automação —desejável justamente para agilizar o
acúmulo de demandas previdenciárias— termina atrapalhando o que já não anda
bem.
A consequência dessa negativa injusta em excesso ocasiona retrabalho, o
retorno de cidadãos à fila do INSS para tentar novamente, a entrada com recurso
junto ao CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social) ou ação judicial para
concessão do benefício denegado administrativamente.
Não
interessa para a sociedade que o INSS negue rapidamente os benefícios,
principalmente quando a negativa se mostra estatisticamente injusta e é feita
de forma precária.
O principal problema encontrado pela CGU foi a falta análise
de risco e de planejamento do INSS, que vem buscando se aperfeiçoar avaliando
os erros e acertos percebidos desde 2017, quando iniciou a automação na análise
de benefícios.
Os sistemas de atendimento automatizados estão configurados para
que as etapas de análise do requerimento sejam efetuadas conforme cada cenário
gerado a partir dos requerimentos das diferentes espécies de benefícios.
FOLHA DE SÃO PAULO