Os fundos
de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) e da Caixa Econômica Federal
(Funcef) podem registrar perdas de R$ 1 bilhão cada um por causa da reavaliação
do valor da Eldorado Celulose – empresa na qual são sócios e que é controlada
pela J&F.
A nova
estimativa deve levar a uma redução de 65% do valor da Eldorado no balanço
referente a 2016. Com isso, os fundos de pensão também terão de abater em seus
balanços o valor da participação na empresa.
O
resultado prático é um rombo nas contas das fundações que deverá ser coberto
pelos beneficiários, ou seja, os empregados da Petrobras e da Caixa.
A
Eldorado precisa fazer a reavaliação de seus ativos todos os anos, por causa
das regras dos fundos de pensão e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Funcef e Petros têm cada um 25% do FIP Florestal, fundo de investimentos que
responde por 33% das ações da Eldorado.
Em 2015,
a consultoria Deloitte apontou valorização de 186% na Eldorado, e o patrimônio
do fundo foi a R$ 6,3 bilhões. Para o ano de 2016, a empresa Baker Tilly
avaliou o FIP Florestal em R$ 2,8 bilhões.
Uma das
justificativas para a valorização em 2015 foi a inclusão da segunda planta da
Eldorado Celulose, que estava apenas nos planejamentos da empresa e dependia de
encontrar quase R$ 11 bilhões para sair do papel.
Os planos
foram adiados depois que vieram à tona as investigações envolvendo a Eldorado
na Operação Greenfield.
Segundo
as investigações, a empresa teria conseguido empréstimos da Caixa e do fundo de
investimentos FI-FGTS (que usa recursos do FGTS e é gerido pela Caixa) mediante
pagamento de propinas.
A pedido
dos administradores do FIP Florestal, a Baker Tilly fez duas avaliações para o
ano passado. Levando em consideração a segunda planta, o valor do fundo teria
desvalorização de 65%.
Já considerando que não haverá uma segunda planta neste ano, a
desvalorização é ainda maior, de 75%, deixando o fundo com patrimônio de apenas
R$ 1,6 bilhão e ampliando ainda mais o déficit a ser registrado pelas
fundações.
Portal do Estadão