Na reunião que tiveram ontem (3)
com o presidente Michel Temer, os governadores Beto Richa, do Paraná, e
Marconi Perillo, de Goiás. e o vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho
Moreira, criticaram a participação de fundos de pensão em empresas que
comercializam carne. Segundo Pinho Moreira, tal tipo de participação implica o
risco de acabar “politizando” a direção dessas empresas.
Falando em nome dos governadores que
se reuniram com Temer, o vice-governador de Santa Catarina enfatizou ser
necessário que as empresas do ramo de produção de carne sejam comandadas por
pessoas que conheçam toda a sistemática do setor. “Há empresas com forte
participação de fundos de pensão. Isso, às vezes, politiza um pouco a direção
das empresas. É fundamental que empresas do setor sejam dirigidas por pessoas
do ramo, que entendam como se produz carne bovina, suína e de aves, desde o
início, com sistemas integrados e com os cuidados com as parcerias dessas
empresas.”
O vice-governador catarinense citou
como exemplo de empresa que recebe esse tipo de influência a BRF, dona das
marcas Sadia e Perdigão. “Se você vai na BRF você tem Previ, tem Petros [fundos
de pensão]. As grandes empresas do Brasil hoje têm participação importante e
decisiva [de fundos como esses] nos conselhos. É claro que fazem isso porque
investiram. Mas uma empresa que produz carne tem de ser tratada [de modo]
diferente de uma empresa que produz aço. Por isso, as pessoas têm de ser do
ramo, para entender toda essa sistemática, porque ela é complexa”, argumentou
Pinho Moreira.
“Nós sabemos que as consequências de
uma administração não exitosa traz muito desemprego”, acrescentou o
vice-governador catarinense, em meio a elogios a alguns projetos em tramitação
no Congresso Nacional, que definem novas regras para a gestão dos fundos de
pensão das estatais.
Na
reunião, os governadores e o presidente Temer conversaram sobre as medidas que
vêm sendo tomadas para gerenciar o impacto da Operação
Carne Fraca, que investiga fraudes na investigação de
frigoríficos, nas exportações. O vice-governador de Santa Catarina
elogiou a rapidez nas ações, mas entende é necessário manter a atenção. "O
governo agiu rápido, mas o processo não está sanado e depende ainda de muitas
ações", declarou Pinho Moreira.
EBC