Número de
investidores está estagnado, mas captação líquida voltou a subir.
O andamento da
reforma da Previdência no Congresso, que tem como uma das mudanças a redução no valor das
aposentadorias, não serviu para elevar o número de brasileiros que investem em
previdência privada.
Há cerca de 13 milhões de investidores em planos
privados, o mesmo número desde 2016, segundo a Fenaprevi (entidade das empresas
de previdência privada aberta).
O que mudou recentemente é que, aqueles que já
tinham a aplicação, voltaram a investir com os suspiros de recuperação da economia brasileira.
Os números de captação líquida (diferença entre
aplicações e resgates) voltaram a subir, após terem desacelerado na recessão, e
o saldo da reserva (o dinheiro acumulado nos fundos) continua subindo.
“O mercado de previdência privada é pró-cíclico.
Quando a economia cresce, ele também cresce”, afirma Jorge Nasser, presidente
da FenaPrevi, que põe na conta da lenta retomada
a dificuldade de fazer o segmento deslanchar.
“O tamanho do mercado de previdência vai
depender da capacidade de geração de renda.
Houve uma recuperação pontual nos
últimos dois meses, mas não acho que o movimento foi grande o suficiente para
dizer que mudamos de patamar”, afirma Rogério Calabria, superintendente de
produtos do Itaú.
Os 13 milhões
de investidores de planos de previdência equivalem a cerca de um terço do
número de trabalhadores com carteira assinada do país —fatia da população com
renda estável e superior à dos informais e dos que trabalham por conta
própria.
Como o mercado de trabalho se recupera com a ocupação desses dois últimos grupos, a renda
média do trabalho está em queda: fechou o trimestre encerrado em julho em R$
2.286, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); pouco
mais de dois salários mínimos.
Participantes
de planos de Previdência
|
Em milhões
|
Valor médio nas contas, em R$ mil
|
jun.2014
|
11,3
|
41,1
|
dez.2014
|
11,3
|
44,5
|
jun.2015
|
12,2
|
43,1
|
dez.2015
|
12,5
|
45,0
|
jun.2016
|
12,5
|
48,0
|
dez.2016
|
13
|
50,8
|
jun.2017
|
13,2
|
54,0
|
dez.2017
|
13,3
|
57,6
|
jun.2018
|
13,2
|
59,2
|
dez.2018
|
13,1
|
62,3
|
jun.2019
|
13,2
|
65,0
|
FOLHA DE SÃO PAULO