BANCO CENTRAL


Mudar meta fiscal gera insegurança em cascata para o futuro, diz Campos Neto.

Presidente do BC afirma que mercado pode interpretar que fiscal foi abandonado, o que afeta projeções para 2025 e 2026.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (8) que abrir mão de zerar o rombo nas contas públicas em 2024 para elevar os gastos do governo trará incertezas para a economia.

"Então, o custo de fazer isso [mudar a meta fiscal] pesa muito mais do que o benefício de gastar mais", afirmou Campos Neto, durante evento em Nova York (EUA).

O presidente da autoridade monetária defendeu o resultado fiscal previsto para 2024 e apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

A ala política do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer um déficit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano para evitar bloqueios orçamentários.

"Mudar a meta agora gera muita incerteza porque, sem meta, as pessoas podem interpretar que o fiscal foi abandonado e será muito mais difícil prever qual será a despesa fiscal em 2025 e em 2026", disse em debate da gestora Valor Capital.

A mudança na meta estabelecida pelo PLDO (projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias) passou a ser debatida nas últimas semanas após Lula afirmar que "dificilmente" o país iria atingir o objetivo de zerar o déficit no próximo ano.

Campos Neto elogiou o trabalho de Haddad para melhorar a saúde fiscal do Brasil.



FOLHA DE SÃO PAULO
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