Trabalhadores abrem mão de benefícios para garantir
reajuste salarial.
Apesar da inflação,
vale-refeição e vale-alimentação ficaram congelados em negociações coletivas.
Os trabalhadores brasileiros estão abrindo
mão de benefícios para garantir reajuste salarial que reponha ao
menos a inflação nas negociações coletivas deste ano, segundo balanço dos seis
primeiros meses de 2022 do Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas).
Os dados mostram
que complementos como a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), abonos por
aposentadoria e assiduidade, plano de saúde, plano odontológico e
auxílio-creche saíram de boa parte dos acordos ou convenções coletivas fechadas
neste ano.
Além disso, não
houve reajuste nos vales refeição e alimentação e os valores se mantiveram os
mesmos entre 2021 e 2022. Apenas a cesta básica teve alta.
A retirada desses
complementos seria a forma encontrada pelos trabalhadores de garantir reajustes
melhores para os salários, que reponham a inflação ou estejam acima, na
avaliação de Hélio Zylberstajn, professor sênior da USP (Universidade de São
Paulo) e coordenador do Salariômetro.
"A presença
dos adicionais diminuiu em 2022.
Houve uma redução generalizada não no valor,
mas na presença [desses benefícios]", diz.
FOLHA DE SÃO PAULO