Pandemia leva à bancarização de quase 10 milhões de
pessoas.
Segundo
cruzamento de dados, no entanto, 36 milhões ainda ficam de fora do sistema
financeiro.
O distanciamento social e o pagamento do auxílio
emergencial por contas digitais aceleraram o processo de bancarização no
Brasil.
De acordo com dados do BC (Banco Central), 9,8
milhões de pessoas iniciaram relacionamento com instituição financeira de
março para cá.
A inclusão financeira, no entanto, ainda é um
desafio para a autoridade monetária, especialmente às vésperas do lançamento
do sistema de pagamentos instantâneo, o Pix, que
começará a funcionar em 16 de novembro.
Atualmente, 175,4 milhões de pessoas têm
relacionamento bancário.
No fim de fevereiro, último mês cheio antes da chegada do
coronavírus ao país, eram 165,6 milhões de brasileiros com conta em instituição
financeira ou que consumiam algum produto financeiro (investimentos, por
exemplo).
O
cruzamento do número de bancarizados com a estimativa da população brasileira
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2020, que está
em 212 milhões, mostra que cerca de 36 milhões de brasileiros ainda ficam de
fora do sistema financeiro.
O crescimento do número de clientes de instituições
financeiras já era observado antes da pandemia da Covid-19.
Segundo especialistas, o pagamento do auxílio emergencial —inicialmente em R$ 600 e agora em R$ 300— por meio de
contas digitais da Caixa foi responsável por grande parte da bancarização
durante a pandemia.
O BC afirmou, em nota, que, entre a população
adulta, o percentual de bancarizados é expressivo, já que quase 174 milhões de
brasileiros têm mais de 14 anos.
Segundo a explicação, restam apenas 13 milhões de
brasileiros acima dessa faixa etária sem relacionamento bancário.
FOLHA DE SÃO PAULO