A maioria investe no produto
errado de previdência privada.
A
escolha do indexador errado pode custar caro para o investidor no longo prazo.
Quando se pensa em previdência privada, a maioria dos
investidores busca agir de forma conservadora.
Embora a previdência seja um
produto com horizonte de longo prazo, esse pensamento não é de todo errado.
Entretanto, a maioria falha em entender o que significa ser mais conservador no
longo prazo.
Na
busca de um produto mais conservador, a seleção dos investidores se restringe a
apenas um fator: a variabilidade de retorno, ou seja, o indicador chamado
volatilidade.
De
forma geral, os investidores temem a oscilação de retorno mês a mês. Nesse
sentido, a grande maioria seleciona produtos de previdência referenciados ao
CDI.
Quase
84% dos produtos de previdência privada no Brasil são de renda fixa. O problema
não é investir em renda fixa, mas a escolha errada de indexador.
O
CDI não é a escolha mais segura como vou explicar abaixo, nem possui o melhor
desempenho dentre as escolhas de renda fixa.
Para piorar, muitos produtos de
previdência acabam rendendo abaixo do CDI, pois aplicam apenas em títulos
públicos referenciados à Selic e a taxa de administração reduz o retorno.
O
produto de previdência privada é um investimento com horizonte de longo prazo.
No investimento em renda fixa para o longo prazo, você deve ter dois objetivos:
proteção para a inflação e garantia de um ganho real.
O
CDI não é um indexador que garante a reposição da inflação, nem é capaz de
garantir que o investidor obtenha um juro real, ou seja, acima do IPCA.
O
CDI é um indexador para investimentos de liquidez diária, pois ele é uma taxa
diária. Logo, não seria o ideal para investimentos de longo prazo.
Existem
três indexadores que cumprem aos dois objetivos citados acima: IMAB-5, IMAB e
IMAB5+. Os três são índices de títulos públicos referenciados ao IPCA.
O IMAB-5
é formado apenas por títulos públicos com vencimento menor que cinco anos. Já o
IMAB5+ é formado por títulos públicos com vencimento maior que cinco anos e o
IMAB engloba todos os títulos públicos referenciados ao IPCA.
O
retorno médio anual dos dois indexadores IMAB-5 e IMAB5+ em relação ao CDI é
apresentado na tabela acima. O IMAB estaria no meio dos dois.
Para
horizontes de 5, 10, 15 ou 20 anos, estes índices superam bastante o CDI em
retorno. Além disso, garantem ao investidor a proteção para a inflação.
Portanto,
ao procurar investir em renda fixa em seu produto de previdência, busque
produtos que possuam como índice de referência um destes três indexadores.
FOLHA DE SÃO PAULO