Quatro diretores pedem para deixar Petrobras após troca de comando.
Eles ficarão apenas
até a nomeação de substitutos; conselho também sofreu debandada.
A Petrobras informou
nesta quarta (24) que 4 dos 8 diretores da empresa anunciaram que deixarão seus
cargos após a troca no comando da companhia, que deve ser
sacramentada por assembleia de acionistas no próximo dia 12.
Eles seguem o exemplo
de cinco membros do conselho de administração da
empresa, que também desistiram de permanecer em seus cargos depois do anúncio
de substituição do atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco, pelo
general Joaquim Silva e Luna.
Entre os diretores que
anunciaram o desejo de sair estão dois executivos trazidos por Castello Branco
e dois empregados de carreira da Petrobras. Os dois primeiros, Andrea Almeira e
André Chiarini, eram egressos da Vale, onde o presidente da Petrobras também
trabalhou.
Já Carlos Alberto
Pereira Oliveira e Rudimar Lorenzatto atuam na estatal há mais de 30 anos, com
carreiras dedicadas à área de exploração e produção de petróleo. Os mandatos
dos quatro vence no dia 20 de março.
A Petrobras não
informou o motivo das decisões. Disse apenas que eles comunicaram ao conselho
de administração nesta quarta que não têm interesse na renovação dos mandatos.
Os executivos informaram ao conselho que ficarão nos cargos até a posse dos
sucessores.
Em entrevista
publicada pela agência de notícias Reuters nesta quarta, Silva e Luna disse
que não pretendia realizar grandes mudanças em
sua chegada na estatal. "Não pretendo chegar fazendo reformulação",
afirmou, dizendo que não havia recebido manifestação sobre a saída de
executivos.
Castello Branco levou
outros três executivos de fora da empresa para a diretoria —o advogado Marcelo
Zenkner, o engenheiro Nicolás Simone e o diplomata Roberto Ardenghy— que ainda
não se manifestaram publicamente sobre sua permanência nos cargos.
A troca no comando da
Petrobras foi anunciada por Jair Bolsonaro no dia 19 de fevereiro,
em meio a críticas sobre a escalada dos preços dos combustíveis. Antes, no dia
18, ele já havia sinalizado mudanças em sua live semanal a internet.
A notícia fez a
estatal perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias e
gerou quatro processos na CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) para investigar o descumprimento de regras de divulgação e
suspeitas de uso de informação privilegiada em operações na Bolsa.
FOLHA DE SÃO PAULO