JUROS


Alta de juros castiga Tesouro Direto, mas abre oportunidade de investimento.

Analistas avaliam que taxas devem cair após definição sobre política econômica do novo governo

A alta dos juros futuros em novembro diante das incertezas sobre a política econômica do próximo governo afetou os investimentos em títulos públicos

Houve desvalorização, especialmente, em papéis prefixados ou atrelados à inflação com prazos de vencimento mais longos.

Esse movimento já começou a ser revertido ao longo do mês, e a expectativa dos analistas é que essa seja uma oportunidade de investimento para quem aposta em uma melhora do mercado no início da próxima gestão.

O indicador que melhor representa a carteira de títulos públicos que compõem a dívida brasileira, o IMA (Índice de Mercado Anbima), recuou 0,06% no mês passado, reduzindo a valorização em 12 meses para 8,82%.

Os índices que acompanham os títulos prefixados acima de um ano (IRF-M 1+) e atrelados à inflação com vencimento acima de cinco anos (IMA-B 5+) tiveram perdas de 1,42% e 1,18% no mês, respectivamente. 

Durante a primeira quinzena do mês, a perda chegou a ficar em torno de 3%. As maiores desvalorizações ficaram com o Tesouro IPCA 2045 (-6,05%) e Tesouro Prefixado 2029 (-4,76%).

O índice IMA-S, que acompanha o comportamento dos títulos corrigidos pela taxa básica de juros (Selic), por outro lado, teve alta de 1% no mês passado.

Nos papéis prefixados e atrelados à inflação, sempre que os juros sobem o título passa a ser vendido, ou recomprado pelo Tesouro Nacional, a um valor menor.

Isso não significa que o investidor necessariamente perdeu dinheiro. Aqueles que carregam o título até o vencimento recebem o valor corrigido pela taxa do momento da compra. Quem vende antes fica sujeito a ganhos maiores ou perdas, devido às oscilações de mercado.

Na última sexta (2), por exemplo, o Tesouro Prefixado 2029 era vendido por R$ 485, garantindo uma rentabilidade anual de 12,68% para a pessoa que receberá R$ 1.000 no vencimento. 

No início de novembro, o papel valia R$ 505, o que representava 11,77% ao ano de retorno. No dia 11 de novembro, o preço chegou a R$ 466.



FOLHA DE SÃO PAULO
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