Millennials
caminham para a casa dos 40 com misto de orgulho e frustração.
Geração é a maior do Brasil e
sente insatisfação com a realidade econômica e social, agravada por crises
financeiras e pandemia
Parte
da primeira leva de millennials do Brasil a cruzar a
fronteira dos 40 anos, a ilustradora se prepara para o aniversário de 42, em
junho.
Os millennials correspondem à maior parcela
da população brasileira e englobam quem nasceu de 1981 a 1996.
Entre 54 milhões
de pessoas que compõem a geração, mais de 10 milhões estarão na faixa etária de
Helena em 2023.
Esse
universo, frisam especialistas, caminha para o período conhecido como
meia-idade, iniciado entre 40 e 45 anos, com mais expectativa de vida e de
avanços sociais do que antes.
Mas, na média, também anda com a rota estremecida
por uma série de turbulências que tem dificultado a trilha, como crises
econômicas e, mais recentemente, a pandemia.
No
campo educacional, Marcelo Neri, diretor da FGV Social (Centro de Políticas
Sociais da Fundação Getúlio Vargas), observa ganhos de até três vezes em
comparação a gerações anteriores.
A média de anos de estudo passou de 2,93, em
1972, para 5,21 em 92. Atualmente está em 10,08, nessa faixa etária.
Os
saltos se deram, entretanto, em um cenário de produtividade estagnada – ou seja, em um
contexto em que a quantidade que cada um produz e o que fica no longo prazo
estão empacados até hoje.
Para o
pesquisador, "houve um hiper otimismo que não se confirmou no
Brasil".
O
índice de felicidade futura, que mede a expectativa de satisfação individual
com a vida, se manteve, historicamente, entre os maiores do mundo – também
prenunciando "uma elevada probabilidade de frustração".
"O
jovem brasileiro esperava muito do futuro. Olhava para frente com otimismo,
mas, antes de chegar aos 40, 44, viveu quase 10 anos bastante limitado por sucessivos
choques econômicos. Houve crises, uma grande recessão, lenta retomada e, então,
a pandemia".
O
aumento da expectativa de vida veio com questionamentos na linha de "como
vai ser minha vida se a previdência estiver quebrada?" ou "e se eu
não conseguir fazer o meu pé de meia?".
Dados do Grupo Cia de Talentos, da
pesquisa Carreira dos Sonhos, mostram alta frequência de preocupação, cansaço e
ansiedade nessa geração.
Tantas
questões somadas à intensa presença das redes sociais têm criado "uma
sensação de pisar em areia movediça", além de colocar em xeque a qualidade
de vida, diz a doutora em psicologia social e professora da FGV (Fundação
Getulio Vargas) e da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Flávia
Feitosa.
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ARTIGO COMPLETO: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/04/millennials-caminham-para-a-casa-dos-40-com-misto-de-orgulho-e-frustracao.shtml
FOLHA DE SÃO PAULO