A combinação de uma conjuntura
interna e externa favorável criou oportunidade histórica para o Banco Central
(BC) reduzir ainda mais a taxa básica de juros (Selic), que está em 6,5% ao ano
desde março de 2018, o menor patamar em 25 anos de Plano Real. O BC já havia
indicado que, se a reforma da Previdência fosse aprovada pela Câmara dos
Deputados, a Selic voltaria a ser cortada, provavelmente, em 25 pontos-base
(0,25 ponto percentual, para 6,25% ao ano).
A percepção de que o mercado aposta em novos e
quase imediatos cortes nos juros - que acompanhamos de perto em função da
importância que a Selic ainda têm no retorno de nossas carteiras.
A reforma, aprovada em primeiro turno, na
Câmara, por votação que mostrou a força no parlamento não do governo Bolsonaro,
mas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e seus aliados. O aceno do BC,
porém, foi feito antes de o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados
Unidos, deixar claro que iniciará novo ciclo de alívio monetário. Por essa
razão, é possível, na reunião da próxima semana, o BC brasileiro faça um corte
maior, de 0,5 ponto percentual, na taxa Selic, para 6% ao ano.
Se o Fed vai reduzir os juros, a tendência é
que os investidores globais diminuam o que o mercado chama de aversão a risco.
O objetivo aqui é procurar mundo afora aplicações razoavelmente seguras e com
retorno superior ao dos títulos do tesouro americano. Mesmo reduzindo juros, o
Brasil continuará oferecendo retornos em renda fixa superiores aos encontrados
na maioria dos mercados,
A expectativa é que o juro básico no Brasil,
referência para toda a economia e também para o custo de financiamento do
Tesouro Nacional, feche 2019 fixado em 5% ao ano - economista experiente, com
passagem pela diretoria do BC, acredita haver espaço para chegar a dezembro com
a Selic abaixo de 5%.
VALOR ECONÔMICO