Os
aposentados da Caixa Econômica Federal farão ato em protesto contra o que
chamam de “gestão arbitrária” dos administradores do fundo de pensão dos
funcionários da instituição financeira, o Funcef. Alvo de investigações,
inclusive, com ex-diretores réus na Operação Greenfield, que apura esquema de
desvio de recursos, o Funcef registrou rombos milionários que estão sendo
cobrados dos associados.
A
manifestação em Belo Horizonte (BH) será realizada na porta da agência
Tupinambás da Caixa, no Centro, às 9h30 de amanhã, e pede que os responsáveis
reponham o déficit que está sendo colocado na conta dos aposentados e
funcionários da ativa.
De acordo
com Gigi Reis e João Baptista Ardizoni dos Reis, organizadores do movimento, a
função principal do Funcef, que é de garantir a aposentadoria dos servidores,
foi lesada, já que, mesmo depois de sair da atividade, eles estão tendo que
contribuir para cobrir o rombo.
Eles
ainda afirmam que manobras contábeis têm sido feitas ao longo dos anos para que
os “maus negócios” não chamassem atenção dos associados. “O foco é nossa
aposentadoria. Não aceitamos pagar rombos de responsabilidade de outros”,
afirmou Gigi.
O rombo
nos fundos de pensão de empresas estatais, incluindo a Funcef, foi investigado
por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Congresso, que
terminou com o indiciamento de 145 pessoas suspeitas de envolvimento em
esquemas de corrupção.
Entre os
investimentos considerados suspeitos, e dos quais a Funcef participou, está a
Sete Brasil, empresa criada para administrar sondas de perfuração da Petrobrás,
e que depois foi envolvida na Operação Lava-Jato.
A
entidade tem quatro planos, sendo que dois são de benefício definido. Nessa
modalidade, o trabalhador sabe, desde a entrada no programa, quanto receberá
por mês ao se aposentar. Se há déficit, ele e a empresa precisam fazer aportes
para cobrir o rombo.
Para
melhorar o caixa desses dois planos em 2015, a Funcef vai aumentar a partir do
ano que vem a taxa adicional dos participantes de um deles e instituir a
cobrança extra para os participantes do outro. Segundo João Reis, os descontos
dos aposentados têm ocorrido de maneira compulsória e sem paridade
Portal UAI