Pequeno investidor ajuda a explicar súbito sobe e
desce do dólar.
Avanço das
operações do chamado minicontrato com a moeda americana atrai a atenção dos
especialistas.
Em 2020, o dólar já esteve cotado a R$ 5,89 e também
a R$ 4,02.
Em um único dia, 12 de março, chegou a oscilar
mais de 30 centavos e foi de R$ 5,0283 a R$ 4,7090 para depois fechar em R$
4,8207. Na sexta, terminou em R$ 5,21.
Essa montanha-russa
no preço da moeda é chamada, no mercado financeiro, de volatilidade —e o real
se tornou, na esteira da pandemia, a mais volátil das moedas emergentes.
A mudança brusca de
comportamento foi tão grande que o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, passou as últimas semanas
dizendo que não sabe a origem das movimentações bruscas e que o BC não tem
instrumentos para conter solavancos desse tipo.
Na sexta-feira
(24), o diretor de política monetária do BC, Bruno Serra,
sinalizou em transmissão ao vivo que vai adotar alguns instrumentos para
amenizar a situação, sem obter consenso no mercado sobre a efetividade deles.
Coincide
com as movimentações bruscas da moeda a expansão do mercado de minicontratos de
dólar futuro negociados na B3.
Esses contratos são usados tipicamente para
negócios em day trade (em que o investidor compra e vende o papel no mesmo dia).
ENTENDA COMO É OPERAR COM CÂMBIO
O que é um contrato futuro de dólar?
- Num contrato financeiro de
compromisso de compra e venda de um ativo (no caso, dólar) em uma data futura. Preço é ajustado diariamente pela
oscilação do mercado
Qual é a diferença de um contrato
padrão e do minicontrato?
- O valor de cada contrato. O
padrão é de US$ 50 mil, o minicontrato, de US$ 10 mil
A quem esse tipo de investimento é
recomendado?
- Tradicionalmente, o contrato
futuro de dólar oferece proteção a empresas expostas à variação cambial.
No caso de pequenos investidores, é destinado àqueles que correm risco
maior em busca de retornos também maiores
Preciso ter o valor total do contrato
para investir?
- Não. No mercado futuro, o
investidor opera alavancado (não precisa ter o dinheiro do valor do
ativo). E o valor que ele recebe (ou paga, se perder) é a diferença de
preço do dólar no dia.
- É preciso ter dinheiro para
dar em garantia, em caso de perdas
FOLHA DE SÃO PAULO