Presidente do TCU diz que
Previdência é uma 'bomba que não vai parar de explodir' e defende medidas para
coibir fraudes
Em 2023, o governo estimou que o rombo do INSS
deve mais que dobrar até 2060. Queda da natalidade e aumento do salário mínimo
acima da inflação pressionam o déficit.
Analistas defendem novos ajustes nas
regras de benefícios previdenciários nos próximos anos.
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do
Rêgo, avaliou que com o envelhecimento da população no Brasil e a queda dos
nascimentos, ou seja, as chamadas "mudanças demográficas" em curso, a
Previdência Social é uma "bomba que não vai parar de explodir".
Em 2023, o governo estimou que o rombo do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), sistema público que atende aos trabalhadores do setor
privado, deve mais que dobrar até 2060 e quadruplicar até 2100.
Analistas já tinham apontado, no ano passado, que a queda dos nascimentos no país, aliado à política do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder reajustes acima da inflação ao
salário mínimo, pressionará o déficit previdenciário no país nos próximos anos.
"Quando eu entrei
aqui [no TCU], dez anos atrás, nós tínhamos cinco contribuintes [trabalhadores]
para cada beneficiário [aposentado ou pensionista, por exemplo]. Hoje nós temos
1.7 [com as mudanças demográficas]. Aí inviabiliza completamente, porque não só
é aposentadoria, são benefícios, é todo o processo (...) Nós estamos com um
paciente que está absolutamente debilitado e, até agora, eu não vejo remédio
para tirar desse quadro.”
G1