Incertezas sobre contas públicas
pesam e Bolsa fecha no vermelho.
Ibovespa: -1,19%
(100.853 pontos)
Dólar: +1,13% (R$
5,52)
Resumo:
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Apesar de Guedes dizer que fica, contas públicas seguem preocupando e
Bolsa fecha no vermelho;
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Maia volta a defender limite para juros do cartão de crédito e cheque
especial e ações dos bancões caem;
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banco central dos EUA assinala que os efeitos da pandemia do coronavírus
ainda devem seguir por um tempo, deixando o mercado financeiro apreensivo;
dólar sobe;
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Brasil ultrapassa 110 mil mortes confirmadas por COVID-19
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governo prorroga por três meses programa de crédito para micro e
pequenas empresas;
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4 em cada 10 brasileiros estão pessimistas com futuro da economia, diz
Datafolha.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa
brasileira, fechou em queda esta quarta-feira (19), com o mercado financeiro
repercutindo a ata da reunião do banco central dos Estados Unidos (Federal
Reserve, ou Fed) e a incerteza em relação ao que acontecerá com a política
fiscal do Brasil.
Apesar de Paulo Guedes, ministro da
Economia, ter garantido que fica, o mercado segue de olho nos problemas com as
contas públicas que o governo enfrenta.
A desconfiança é tanta que, pelo menos
nesta quarta-feira, os investidores preferiram colocar suas fichas em empresas
exportadoras, que são menos afetadas por instabilidades econômicas internas.
Essa conversa ainda
tem uma série de dúvidas, que vão impactar diretamente nas contas públicas: o
governo vai estender as parcelas do auxílio emergencial?
Como a entrada do "Centrão" na liderança do governo no Congresso vai
afetar as reformas?
As ações dos bancões caíram depois
que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, voltou a defender que haja um limite
para juros do especial e do cartão de crédito.
Para ele, isso deve ser feito
sem interferência do Estado, apenas como autorregulação.
Porém, sabe-se que os
juros são boa parte da receita dos bancos.
Isso mesmo: nem sempre o que é bom
para os cidadãos é exatamente benéfico para a Bolsa.
Já lá fora, por volta das 15h
(horário de Brasília), o Fed divulgou ata da última reunião do Comitê Federal
de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
O documento atestou que os juros
básicos nos EUA seguirão entre zero e 0,25% ao ano – pelo menos enquanto os
efeitos da pandemia do coronavírus seguirem pesado na economia estadunidense e
"confiantes de que a economia resistiu aos eventos recentes e está caminho
para atingir as metas de emprego e estabilidade de preços".
Em outras palavras, os dirigentes do
banco ainda estão inseguros quanto aos impactos da economia e, principalmente,
quanto tempo o país demorará para se recuperar.
Essas afirmações passaram para
o mercado financeiro do mundo inteiro um sinal de que as coisas não vão tão bem
como parecem – o que, por sua vez, freia a vontade dos investidores de se
arriscarem.
Todos esses fatores ajudaram a
empurrar o dólar para cima.
FINANÇAS FEMININAS