Alta do dólar após reação do mercado a
intervenção na Petrobras pressiona ainda mais gasolina.
Elevada taxa de
câmbio durante governo Bolsonaro criou 'tempestade perfeita' para combustíveis.
Ao intervir no comando da Petrobras e ameaçar com
novas interferências nos preços da energia, o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) ajuda a pressionar ainda mais os preços dos combustíveis no país, já
que a taxa de câmbio é considerada uma das principais causas da escalada
recente.
Nesta segunda (22),
o dólar abriu em forte alta, chegando a superar os R$ 5,50, e analistas já
começaram a revisar para cima suas expectativas para o fim do ano.
Com câmbio
mais alto, os preços internos permanecerão pressionados mesmo que as cotações
do petróleo recuem.
O preço do petróleo vem se recuperando no
mercado internacional, diante das expectativas de retomada da economia com o
avanço da vacinação.
Recentemente, ganhou um fator adicional de pressão, com o fechamento de poços e refinarias durante
a onda histórica de frio nos Estados
Unidos.
Segundo dados da
EIA (a agência americana de informações em energia), o preço médio do diesel na
região do Golfo do México bateu US$ 2,722 (cerca de R$ 15, na cotação atual)
por galão, alta de 3,6% em relação à semana anterior.
Para analistas do
mercado financeiro, o real também permanecerá desvalorizado, cenário agravado
pelas incertezas geradas após as declarações intervencionistas de Bolsonaro.
Na
sexta, o Itaú disse esperar que a taxa de câmbio feche 2022 em R$ 5 por dólar.
FOLHA DE SÃO PAULO