Capital humano não basta para
criar empregos, diz professor de Stanford.
Brasil
deve ensinar capacidades necessárias para o trabalho e formar pensamento
crítico, avalia economista Martin Carnoy.
Aumentar
a produtividade e a qualidade de formação dos trabalhadores brasileiros deve
estar na agenda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas esse
é um desafio que esbarra na falta de formação dos professores e no baixo
desempenho que a economia tem tido nos últimos anos.
A
avaliação é de Martin Carnoy, professor e pesquisador do Centro
Lemann em Stanford (nos Estados Unidos).
Para o economista, o Brasil deve
buscar o equilíbrio entre formar profissionais com capacidades necessárias para o trabalho e
pessoas com capacidade de pensar criticamente.
Ele,
que é autor de livros sobre economia e política educacional, também foi
presidente da Sociedade de Educação Comparada Internacional e fez suas
primeiras pesquisas no Brasil nos anos 1960.
Ao
estudar o país, aproximou-se do educador Paulo Freire (1921-1997) e vê com
desaprovação as críticas recentes feitas à obra do brasileiro. "Freire
entendeu que aprender a ler é um ato político."
FOLHA DE SÃO PAULO